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Presidente tomou café da manhã com parlamentares que participaram da votação da reforma da Previdência; ele vem se aproximando de evangélicos

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Charles Sholl/Brazil Photo Press/Agencia O Globo
À bancada evangélica, Bolsonaro fala em para "trazer a população pro nosso lado"

Em fala durante café da manhã com parlamentares da bancada evangélica do Congresso nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro listou propostas e ações de seu governo e disse aos deputados federais e senadores que eles têm "ideias maravilhosas" que poderiam virar decretos, projetos de lei ou serem incluídas em medidas provisórias. 

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"Essas pequenas medidas têm um alcance enorme no Brasil e trazem a população para o nosso lado", declarou Bolsonaro .

 No seu pronunciamento, divulgado em parte pela Presidência, ele reclama da necessidade de obter novas certidões de óbito e nascimento e diz que está "incluindo isso lá" no relatório da medida provisória (MP) da liberdade econômica, aprovado em comissão do Congresso na manhã de hoje. Segundo Bolsonaro, a medida "vai facilitar a vida de muita gente". 

"Com toda a certeza os senhores têm dezenas, centenas de situações que a gente pode ajudar o povo brasileiro, como por exemplo a carteira de motorista passar de cinco para dez anos. Acabamos de ir ao Contran [Conselho Nacional de Trânsito] aqui... a obrigatoriedade do simulador, menos R$ 300 reais para fazer a carteira de motorista", apontou, fazendo referência ao projeto de lei que enviou à Câmara no mês passado. 

Ele ressaltou ainda que a proposição prevê que o médico que assina o atestado de saúde para renovar ou tirar a carteira de motorista "pode ser um irmão de vocês" ou um médico do Hospital Central do Exército, com "custo zero".  

"Estou tendo pressões enormes porque resolvi dar um ponto final na "multagem" eletrônica. O pessoal sabe para que funciona isso, né? Infelizmente não é para salvar vidas, a intenção é exatamente outra", disse Bolsonaro.

O presidente falou ainda sobre um plano pelo qual já demonstrou predileção diversas vezes, o de acabar com a Estação Ecológica de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, para transformar o local em um polo de turismo. Ele disse ainda que tem conversado com governadores para "desmarcar muita coisa" feita no passado.

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"Por exemplo: vale para todos os Estados... Rio de Janeiro. A gente quer fazer ali, pretende com dinheiro de fora, transformar a baía de Angra numa Cancún, mas o decreto que demarcou a Estação Ecológica só pode ser derrubado por uma lei. Eu conversei com o Caiado nesse sentido, com o governador do Pará também... estamos conversando com vários governadores no sentido de nós nos unirmos e desmarcar muita coisa por decreto no passado para poder fazer com que o Estado possa prosseguir", explicou.

Finalizando sua fala aos parlamentares, ele comentou um episódio de março deste ano no qual disse ter ligado para o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para acabar com a necessidade de "formação em ideologia de gênero" para ingressar em um concurso público -- que nunca existiu.

Na verdade, no entanto, o banco havia tornado obrigatório um curso de diversidade e de prevenção e combate ao assédio moral e sexual, que fazia parte do processo interno de formação e promoção de funcionários. Na ocasião, Bolsonaro usou suas redes sociais para informar que havia ordenado à cúpula do Banco do Brasil que abolisse a formação e chegou a aconselhar os postulantes a cargos na instituição que procurassem a Justiça.

"Tinha um concurso lá pra uma coisa simples, né?, que pra você se inscrever se tinha que ter uma formação em ideologia de gênero. Liguei para o presidente, 'acaba com esse negócio'. Acabou. Os caras vão conduzindo de modo que só aqueles que interessam pra esquerda possam entrar nesse serviço", declarou Bolsonaro , nesta quinta.