João Doria e Jair Bolsonaro
Marcos Corrêa/Presidência da República
João Doria e Jair Bolsonaro

Na ausência do presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi o principal destaque na premiação realizada na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos na noite desta quarta-feira (15). Em seu discurso, Doria deu um recado ao prefeito Bill de Blasio, a quem acusou de faltar com a gentileza ao povo brasileiro. 

"Da próxima vez, Bill de Blasio, seja gentil com o presidente do nosso país. Seja gentil com todos os brasileiros que visitam a sua cidade, sejam quem forem. Seja como todos os nova-iorquinos que recebem milhões de visitantes todos os anos, de todas as raças, crenças e pensamentos" afirmou Doria , falando em inglês, para que de Blasio “entendesse bem o que ele estava falando”.

Ele postou o vídeo, legendado, em sua conta no Twitter. O governador de São Paulo também destacou que falava na condição de ex-prefeito da “terceira maior capital do mundo” e "sobretudo, como brasileiro".

Segundo o tucano, ao voltar-se contra Bolsonaro, de Blasio contrariou a tradição americana de respeito à liberdade e à pluralidade e de compromisso com os direitos humanos: "[Os Estados Unidos são] um País que aprendi a admirar pelo seu respeito à liberdade, pela sua pluralidade e pelo respeito aos direitos humanos", disse. "Apesar de você Bill de Blasio, nós amamos Nova York e nós amamos os EUA", completou. 

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As  desavenças entre Bolsonaro e de Blasio começaram em abril, quando se aqueceram as polêmicas sobre a homenagem da Câmara de Comércio Brasil-EUA a Bolsonaro. Blasio acusou o presidente brasileiro de ser "racista, homofóbico e destrutivo" e afirmou que ele não era bem-vindo na cidade.

Quando foi confirmado que Bolsonaro não iria a Nova York, o prefeito comemorou com ironia o cancelamento da viagem do presidente à cidade. "Nós expusemos sua intolerância. Ele correu. Não fiquei surpreso — ‘valentões’ geralmente não aguentam um tranco. Seu ódio não é bem-vindo aqui", afirmou nas redes sociais.

Várias empresas desistiram de patrocinar o evento, como a a companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times. A pressão levou a homenagem a ser transferida para Dallas, no Texas, onde Bolsonaro chegou na manhã desta quarta-feira. A celebração acontece na quinta-feira.

O presidente se referiu à polêmica na chegada ao hotel. "Amanhã tem o evento nosso que seria em Nova York, mas que lamentavelmente o prefeito não me quis lá", disse ele. " Estamos sendo muito bem recebidos aqui e o objetivo da nossa viagem será alcançado: aprofundar cada vez mais os laços de amizade e também de cooperação comercial com este país que eu sempre amei desde a minha infância"

Bolsonaro acrescentou que espera ir a Nova York quando de Blasio deixar o poder: "Também amo Nova York, pretendo, se o prefeito de lá deixar o poder, que vai deixar brevemente, conhecer essa cidade que também foi um sonho meu", completou. 

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