O presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao lado do futuro chanceler, Ernesto Araújo; escolha ganhou repercussão internacional
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao lado do futuro chanceler, Ernesto Araújo; escolha ganhou repercussão internacional

O futuro ministro das Relações Exteriores do novo governo, Ernesto Fraga Araújo, nomeado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, na última quarta-feira (14), disse que acredita que a mudança climática é um dogma científico influenciado pela cultura marxista, que pretende atrapalhar o Ocidente e beneficiar a China. O futuro chanceler também vem defendendo as ideias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

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“Esse dogma vem servindo para justificar o aumento do poder regulador dos Estados sobre a economia e o poder das instituições internacionais sobre os Estados nacionais e suas populações, bem como para sufocar o crescimento econômico nos países capitalistas democráticos e favorecer o crescimento da China”, escreveu o futuro chanceler em seu blog, o Metapolítica 17, no último dia 12 de outubro. 

Em seus artigos, Ernesto Araújo critica a China, colocando-a como inimiga do ocidente e diz que o "globalismo" quer transferir o poder econômico do Ocidente para o país, o que, segundo ele, Donald Trump tenta evitar. "O globalismo surgiu quando alguém entendeu que o consumismo era o melhor caminho para o comunismo”, afirmou. 

Araújo afirma que seu objetivo é "ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista", que ele considera anti-cristã. Ele também afirmou, em seu blog, que o PT estava “criminalizando o sexo e a reprodução, dizendo que todo sexo heterossexual é estupro e todo bebê é um risco para o planeta, pois aumentará as emissões de carbono”. 

O secretário executivo do Observatório do Clima Brasileiro, Carlos Rittl, afirmou que o clima é a única área que o Brasil pode se orgulhar de ser um líder global e pediu ao novo ministro e a Bolsonaro que não isolem o País neste tema. “O Brasil desempenhou um papel muito significativo no acordo de Paris. Seria muito ruim para a imagem do País se ele trouxesse sua ideologia", afirmou. 

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"Bolsonaro não é Trump. O Brasil não é dos Estados Unidos. Nós não temos os mesmos cartões. Se o Brasil se tornar um pária na agenda climática global, seria extremamente ruim para nossos negócios, especialmente o agronegócio. Quando eles vão para a Europa para negociar um acordo, as salvaguardas climáticas estarão sobre a mesa." completou. 

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A escolha de Araújo para ministro das Relações Exteriores não foi propriamente uma surpresa no Itamaraty, pois já era cotado há várias semanas para o cargo. As polêmicas declarações de Araújo vem ganhando repercussão internacional, incluindo uma matéria no jornal britânico, The Guardian , publicada nesta quinta-feira (15). 

Durante uma coletiva na quarta (14), o futuro chanceler disse que irá "em busca de uma política efetiva em função do interesse nacional, em função de um Brasil atuante, um Brasil feliz, um Brasil próspero". 

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