Ex-terrorista italiano Cesare Battisti teve processo de extradição reaberto no ano passado durante o governo Temer
Reprodução/Twitter
Ex-terrorista italiano Cesare Battisti teve processo de extradição reaberto no ano passado durante o governo Temer

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, afirmou que irá extraditar o ex-terrorista italiano Cesare Battisti , caso seja eleito. Pelo Twitter, o deputado federal escreveu em português e em italiano uma mensagem em que promete fazer a extradição “imediatamente”.

“Como já foi falado, reafirmo aqui meu compromisso de extraditar o terrorista Cesare Battisti , amado pela esquerda brasileira, imediatamente em caso de vitória nas eleições. Mostraremos ao mundo nosso total repúdio e empenho no combate ao terrorismo. O Brasil merece respeito”, escreveu Bolsonaro.

Em uma postagem anterior, o candidato do PSL agradeceu o ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, pelo apoio recebido durante a campanha eleitoral.

"Grato pela consideração de Vossa Excelência, Vice-Primeiro-Ministro italiano! Um forte abraço aqui do Brasil!", escreveu, em resposta a uma mensagem na qual Salvini comemorava os "novos ares" nas eleições brasileiras.

Bolsonaro e Salvini já haviam trocado mensagens após o atentado contra o postulante do PSL, no início de setembro. O ministro do Interior é secretário federal da Liga, hoje a principal força da extrema direita na União Europeia.

Processo de extradição de Cesare Battisti

Cesare Battisti chegou a ser preso acusado de evasão de divisas por tentar sair do Brasil com valor acima do permitido
José Cruz/ Agência Brasil
Cesare Battisti chegou a ser preso acusado de evasão de divisas por tentar sair do Brasil com valor acima do permitido

Battisti foi preso no ano passado em meio à reabertura de seu processo de extradição pelo governo de Michel Temer, a pedido da Itália, que se aproveitou da troca de poder no Planalto para tentar reaver o ex-membro da milícia de extrema esquerda.

Na época, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, havia afirmado que o governo brasileiro quer extraditar o terrorista, alegando "saída suspeita" do País e "quebra de confiança”. O italiano tentava passar pela fronteira do Brasil com a Bolívia, quando foi detido pela Polícia Federal com um valor acima do limite de R$ 10 mil com o qual é possível sair do País sem declarar à Receita. Segundo Jardim, a Itália “nunca abriu mão” da extradição de Battisti.

"Os italianos não perdoam o Brasil por não mandar o Battisti de volta. Para eles, é uma questão de sangue. É um entrave nas relações Brasil-Itália e na relação com a União Europeia como um todo", declarou o ministro.

No entanto, o ministro do STF Luiz Fux decidiu conceder liminar que impede uma eventual extradição do  terrorista italiano . A decisão será levada ao plenário da Casa, o que ainda não tem data para acontecer. Também no ano passado, por uma decisão da Justiça, o ex-ativista saiu da prisão .

Cesare Battisti  foi condenado à prisão perpétua no país europeu pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando fazia parte de uma milícia de extrema-esquerda. Ele fugiu para o Brasil e foi preso em 2007. O STF chegou a autorizar a extradição do italiano, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiu que ele ficasse morando no País.

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