O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral,  será interrogado pelo juiz Marcelo Bretas
Valter Campanato Arquivo/Agência Brasil
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, será interrogado pelo juiz Marcelo Bretas

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), que está preso desde o final de 2016, será interrogado nesta quinta-feira (9) pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. A conversa será pautada pela investigações a respeito de uma suposta compra de votos que Cabral teria coordenado, a fim de garantir a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio.

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A Operação que investiga tal compra de votos foi apelidada pela polícia de Unfairplay. Segundo as investigações, Sérgio Cabral teria ordenado que Lamine Diack, membro africano do Comitê Olímpico Internacional (COI), recebesse um pagamento de R$ 2 milhões para votar a favor do Rio de Janeiro como sede das Olipíadas de 2016.

Tal pagamento teria sido intermediado por Carlos Arthur Nuzman , então presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, e bancado pelo empresário Arthur Soares, o Rei Arthur, amigo pessoal do ex-governador fluminense. Ainda de acordo com os investigadores, os R$ 2 milhões, que foram entregues ao filho de Lamine, teriam significado a compra não só do voto do membro africano, mas de outros representantes do COI no continente.

Também será ouvido por Marcelo Bretas , nesta quinta-feira, Leonardo Gryner, ex-diretor de operações do Comitê Rio 2016 . Considerado braço direito de Nuzman na época, ele é quem teria tido encontros com o filho de Lamine.

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Nuzman é acusado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e Cabral, de corrupção passiva. Gryner é acusado de corrupção passiva e organização criminosa. E Lamine Diack, de corrupção passiva.

Em sua defesa, em depoimentos já recolhidos, Cabral nega a compra de votos para que o Rio sediasse as Olimpíadas. 

Em junho, o jogador Pelé e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já estava preso, foram ouvidos como testemunhas de defesa de Nuzman e Cabral, respectivamente, na ação. Na ocasião, Lula disse 'não saber e que nem quer saber do assunto '. 

"Nunca soube de nenhuma negociata, em nenhum momento. Inclusive assinei um decreto em 2009 que coagia transparência de todos os dados. Lamento muito que tenha surgido essa denúncia 8 anos depois", disse Lula, em seu depoimento como defesa de Sérgio Cabral .

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