Presidente do STF, ministra Cármen Lúcia foi contra o aumento do salário dos ministros da Corte, aprovado ontem
Rosinei Coutinho/SCO/STF - 15.3.18
Presidente do STF, ministra Cármen Lúcia foi contra o aumento do salário dos ministros da Corte, aprovado ontem

O resultado da votação desta quarta-feira (8), no Supremo Tribunal Federal (STF), em que os ministro definiram o aumento dos próprios salários , foi comentado publicamente, nesta quinta-feira (9), pela presidente da Corte, a ministra Cármen Lúcia. Em seu comentário, a ministra que votou contra o aumento, lamentou a decisão do colegiado. 

"Às vezes lutamos muito, mas não ganhamos, mas o objetivo de lutar pelo Brasil e conviver com o diferente que muitas vezes vence faz parte da democracia", disse  Cármen Lúcia . Em seu comentário, a ministra disse também que não se envergonhava de ter ficado vencida no tema, por estar convencida de que não era o melhor para o Brasil.

"Os que venceram e como venceram não era o que eu queria mesmo, e continuo convencida de que não era o melhor para o Brasil", disse a presidente do STF . "Perco quase todo dia, ontem perdi, provavelmente hoje perco de novo em alguma votação. Mas eu não queria estar ao lado dos vencedores", disse a ministra.

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Ela foi uma das pessoas que defenderam que os salários dos ministros  permanecessem em R$ 33,7 mil por pelo menos mais um ano. O reajuste dos salários foi aprovado ontem, junto a uma inclusão no orçamento do Poder Judiciário de 2019, a ser encaminhada ao Congresso. Na decisão, ficou decidido um aumento de 16% nos salários dos ministros, que poderão chegar a R$ 39 mil.

Votaram a favor do aumento os ministros Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. Cármen Lúcia votou contra o reajuste, assim como os ministros Rosa Weber, Edson Fachin e Celso de Mello.

As declarações da ministra foram dadas durante um evento sobre os 30 anos da Constituição, em uma universidade particular de Brasília. Em sua fala, Cármen fez um relato sobre a luta por direitos durante a ditadura militar, na qual houve sucessivas derrotas, mas que culminou com a vitória do atual texto constitucional.

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Além de Cármen Lúcia , participavam da mesa também a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo do Vale Rocha, e a diretora-presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), Christianne Dias.

* Com informações da Agência Brasil.

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