Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil
Ricardo Stuckert/Instituto Lula - 22.3.18
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores nas eleições deste ano e preso desde abril na sede da Polícia Federal em Curitiba, publicou nesta quinta-feira (19) um contundente artigo no jornal Folha de S.Paulo . Nele, o líder petista se defende das acusações da Lava Jato e critica o governo de Michel Temer (MDB).

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Mas, tanto o título do artigo (“Afasta de mim esse cale-se”) quanto parte de seu conteúdo focam na ordem da juíza Carona Lebbos, responsável pela condução da sua pena, para a qual foi condenado em tribunais da primeira e segunda instância. Na última semana, Lebbos proibiu Lula de dar entrevistas ou gravar vídeos voltados para sua campanha ao Planalto.

“Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem que eu diga? O que está acontecendo hoje com o povo? Não querem que eu discuta soluções para este país? Depois de anos me caluniando, não querem que eu tenha o direito de falar em minha defesa?”, escreveu o ex-presidente.

O petista prossegue em suas críticas, que abrangem desde a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, à Rede Globo .

“Lembro-me da presidente do Supremo Tribunal Federal que dizia "cala boca já morreu". Lembro-me do Grupo Globo, que não está preocupado com esse impedimento à liberdade de imprensa — ao contrário, o comemora”, aponta Lula.

Lula disserta sobre sua condenação

Além de criticar o governo Temer, a quem tacha de “ilegítimo” e culpado, entre outros, pela greve dos caminhoneiros que paralisou o país em maio e pela volta do aumento da pobreza no Brasil, o ex-presidente utilizou o espaço que lhe coube para defender-se das acusações de que é alvo na operação lava jato.

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“Juristas, ex-chefes de Estado de vários países do mundo e até adversários políticos reconhecem o absurdo do processo que me condenou. Eu posso estar fisicamente em uma cela, mas são os que me condenaram que estão presos à mentira que armaram. Interesses poderosos querem transformar essa situação absurda em um fato político consumado, me impedindo de disputar as eleições, contra a recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas”, reclama o ex-presidente.

Por fim, o líder petista exorta a oposição a “respeitar a Constituição” e acusa a elite brasileira de flertar com ideias autoritárias, em referência ao apoio que Bolsonaro têm alcançado junto a industriais e investidores.

“Querem me derrotar? Façam isso de forma limpa, nas urnas. Discutam propostas para o país e tenham responsabilidade, ainda mais neste momento em que as elites brasileiras namoram propostas autoritárias de gente que defende a céu aberto assassinato de seres humanos”, assevera Lula .

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