Acampamento em apoio ao ex-presidente Lula próximo à sede da PF em Curitiba, onde o petista está preso
Ricardo Stuckert - 12.4.18
Acampamento em apoio ao ex-presidente Lula próximo à sede da PF em Curitiba, onde o petista está preso

No ato de lançamento da candidatura de Lula à presidência da República, Fernando Haddad, coordenador do programa de governo do PT, disse que o ex-presidente foi sondado sobre um possível acordo: ele deixaria a prisão caso aceitasse não concorrer nas eleições de 2018.

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“Acenaram para o Lula com um acordo”, contou Haddad , “abre mão de sua candidatura que você sai da cadeia, que a gente liberta você”.

Lula, narrou Haddad, disse não, e acrescentou: “me apresentem uma prova [de que ele agiu de forma corrupta] que eu abro mão da minha candidatura”.

Haddad, que tem sido apontado em pesquisas eleitorais como possível substituto de Lula caso o ex-presidente tenha sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, não apresentou mais detalhes sobre o suposto acordo.

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Candidatura lançada

O PT  lançou oficialmente, na sexta-feira (8), a pré-candidatura de Lula à Presidência. O ato aconteceu em um hotel em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Aproximadamente duas mil pessoas participaram do evento, entre elas a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, governadores e parlamentares da legenda.

Durante o evento, a ex-presidente Dilma Rousseff leu uma carta escrita por Lula, o “Manifesto ao Povo Brasileiro”. Preso há dois meses em Curitiba, Lula pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o que inviabilizaria sua candidatura à presidência. No entanto, o ex-presidente lidera nas pesquisas de intenção de voto.

“Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum”, escreveu Lula no manifesto lido por Dilma, que prossegue: “fui privado de conviver diariamente com meus filhos e minha filha, meus netos e netas, minha bisneta, meus amigos e companheiros. Mas não tenho dúvida de que me puseram aqui para me impedir de conviver com minha grande família: o povo brasileiro”. 

Após fazer a crítica de sua prisão, o ex-presidente lamenta a situação de crise da economia e política brasileira e se coloca como alternativa na corrida presidencial de outubro.

“Tenho certeza que podemos reconstruir este País e voltar a sonhar com uma grande nação. Isso é o que me anima a seguir lutando (...) assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto de integração latino-americana.”

O ex-presidente Lula conclui o comunicado afirmando que seu reencontro com os eleitores “só não ocorrerá se a vida me faltar”.

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