Luciano Huck e sua esposa, a apresentadora Angelica, no programa do Faustão
Reprodução/TV Globo
Luciano Huck e sua esposa, a apresentadora Angelica, no programa do Faustão

Roberto Rzezinski, preso na quinta-feira (3) no âmbito da operação ‘Câmbio, desligo’, que investiga uma complexa rede de doleiros e operadores financeiros engajados em lavagem de dinheiro e evasão de divisas, era um assíduo frequentador de colunas sociais de jornais.

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Entre seus amigos e ex-sócios, destacam-se o apresentador Luciano Huck , o ex-jogador Ronaldo , o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes e o empresário Alexandre Accioly.

Rzezinski é suspeito de participação no esquema revelado pelos delatores Vinícius Claret, o “Juca Bala” e Cláudio Barbosa, conhecido como “Tony”. De acordo com a dupla, ele teria trocado, entre 2011 e 2017, US$ 12 milhões em contas no exterior por valores correspondentes em reais em espécie.

A suspeita da Polícia Federal é que Rzezinski fazia as transações para dificultar a identificação da origem do dinheiro – que, para o Ministério Público, poderia ser ilegal, fruto de propinas. Bala e Tony afirmaram, em seus depoimentos, que Rzezinski pedia discrição nos serviços e que “em mais de uma oportunidade”, disse que trabalhava para membros do MDB .

As operações financeiras realizadas por ele, inclusive, se intensificavam durante os períodos eleitorais. Ele era próximo também de Dario Messer, tido pela PF como o principal doleiro do país.

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Em nota, o apresentador Luciano Huck afirmou que Rzezinski era apenas um de seus muitos sócios. “Avalio com tristeza as denúncias contra Roberto Rzezinski. Nossa relação é de longa data e para mim ele sempre foi um empresário e empreendedor. Nunca tive conhecimento de qualquer outra atividade dele”, afirmou.

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Curso de lavagem

Uma das condições a que Juca Bala e Tony se submeteram em seus acordos de delação premiada está ministrar cursos voltados para o Ministério Público Federal. O tema será a principal especialidade dos dois: lavagem de dinheiro e evasão de divisas . O objetivo é demonstrar aos procuradores como se dão as operações ilegais, facilitando investigações futuras.

Ao todo, eles terão de prestar este serviço ao Ministério Público durante seis anos, totalizando 1200 horas-aula. Embora tenham prestado diversos serviços à Sergio Cabral ( MDB ) em seus esquemas de corrupção, eles se encontram em liberdade, nos termos do acordo firmado.

Como consequência da delação dos dois, o Ministério Público e a Polícia Federal deflagraram a operação ‘Câmbio, desligo’, cujo foco é justamente a atividade de doleiros tidas como suspeitas. Estima-se que, entre os investigados, foram lavados US$ 1,652 bilhões.

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