Presidente Michel Temer chegou a defender a proposta de reforma da Previdência inclusive em entrevistas na TV
Marcos Corrêa/PR - 26.1.18
Presidente Michel Temer chegou a defender a proposta de reforma da Previdência inclusive em entrevistas na TV

Contrariando o que diz a oposição, o presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira (21) que a proposta do governo para a reforma da Previdência encontrou resistência nos "setores privilegiados da sociedade”.

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“Resolvemos enfrentar um tema central para o país, a reforma da Previdência , que foi combatida por setores privilegiados da sociedade, já que ela não se dirigia aos mais pobres. Ao contrário, os mais vulneráveis, que ganhavam até o teto da aposentadoria do setor privado, não tinham prejuízo nas propostas que fizemos”, disse Temer. 

A declaração do presidente foi dada na tarde de hoje, durante a abertura de uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o chamado Conselhão. 

Nessa reunião, tanto Temer quanto alguns de seus ministros fizeram um balanço dos 22 meses de governo. Estavam presentes na reunião os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Segurança Pública, Raul Jungmann.

O presidente aproveitou a oportunidade para demonstrar compreensão com o insucesso da reforma na Câmara dos Deputados. Segundo ele, a proposta não foi levada ao plenário para ser votada por este é um ano eleitoral e, por isso, não houve apoio de parlamentares para a aprovação da matéria.

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“Este é um ano eleitoral, complicadíssimo. Sendo ano eleitoral, eu compreendo perfeitamente que seja mais difícil votar a reforma”, afirmou o presidente.

Além da questão que toca a previdência, o emedebista lembrou de temas que considerou importantes em sua gestão. O presidente lembrou, por exemplo, da lei do teto dos gastos públicos, da reforma do ensino médio e da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.

Intervenção federal

Neste ano, a reforma encalhou de vez depois que Temer decretou a intervenção federal no Rio. Isso porque a legislação determina que, com a vigência do decreto, o Congresso não pode promover qualquer alteração à Constituição.

O que possibilitaria a votação é uma suspensão da intervenção. Porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirma que, mesmo se a proposta fosse à pauta, o governo não tem os 308 votos necessários para aprovar a reforma na Câmara.

"Não temos votos. Não adianta. O governo não tem os 308 votos. Já fiz essa conta de baixo pra cima, de cima pra baixo, de norte para sul e de leste para oeste. Não temos votos", disse o deputado na semana passada.

Ainda durante a reunião do Conselhão, o presidente também confirmou a liberação de R$ 1 bilhão para essa intervenção. Temer disse também que viaja, no início da noite de hoje, para o Rio de Janeiro para falar de segurança pública com o interventor General Walter Braga Netto.

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“Mais à noite vou para o Rio de Janeiro com essa verba aprovada e ajustada de R$ 1 bilhão, sendo certo que, se necessário for, alocaremos outras verbas para essa matéria”, disse ele. O foco do governo, então, agora deixou definitivamente de ser a reforma da Previdência, para ser a segurança.

* Com informações da Agência Brasil.

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