Além de falar sobre o programa, Temer também respondeu à questões sobre as medidas protetivas tomadas pelos EUA
Marcos Corrêa/PR - 20.12.17
Além de falar sobre o programa, Temer também respondeu à questões sobre as medidas protetivas tomadas pelos EUA

Durante seu discurso na abertura do Fórum Econômico Mundial para a América Latina nesta quarta-feira (14), o presidente Michel Temer afirmou que não tem intenção de acabar com o programa Bolsa Família e que, na verdade, sua intenção é aumentar o benefício em breve.

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“Eu não estou pregando isso [a eliminação do Bolsa Família], estou pregando a manutenção, que aliás, ganhou um aumento no início do meu governo e deverá muito proximamente ganhar um novo aumento. Então, estamos pregando que haja uma evolução no tópico da responsabilidade social”, esclareceu Temer .

Em seu discurso de apresentação, o presidente admitiu que a pobreza extrema é um dos grandes desafios do país e explicou que seu objetivo enquanto estiver no governo é evitar que programas assistencialistas ainda estejam na pauta do país nos próximos anos. Para isso, ele defende uma “evolução” do benefício até que ele possa ser eliminado a longo prazo.

“Nós precisamos progredir e, por isso, lançamos muito recentemente um programa chamado Progredir, que é para dar emprego aos filhos daqueles desfrutantes do Bolsa Família. Porque, ao longo do tempo esse pessoal vai se incluindo na sociedade e ao longo do tempo, digo eu, quem sabe, possamos eliminar essa questão do Bolsa Família”, declarou o peemedebista.

Apesar de afirmar que o valor concedido aos beneficiários seria reajustado, ele não deu mais detalhes sobre o aumento e enfatizou que o programa faz parte de um dos eixos prioritários de sua gestão: a responsabilidade social.

Em sua fala, o presidente também resumiu as principais iniciativas de seu governo na área de responsabilidade fiscal, como a reforma trabalhista, a limitação dos gastos públicos, entre outras medidas que contribuíram para o fim da recessão econômica. Temer também destacou o diálogo como uma das expressões que pautam o governo atual.

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Estados Unidos

Após o discurso, o peemedebista ficou à disposição para responder algumas perguntas do presidente do Fórum, o professor Klaus Schwab. Ao ser questionado sobre como o Brasil pretende lidar com tendências protecionistas no mundo, o presidente informou que a questão preocupa muito o país e que pode recorrer contra os Estados Unidos , citando a decisão de aumentar os impostos de importação do aço e do alumínio tomada por Donald Trump .

A taxação afeta diretamente as exportações brasileiras que têm os Estados Unidos como um dos principais parceiros comerciais. Temer comentou que é necessário cuidado para tratar das relações com o país norte americano e que deve telefonar para o presidente Donald Trump para tratar do assunto.

“Nesta questão do aço realmente há uma grande preocupação, porque, pelos tratados internacionais, a taxação do aço poderia variar de 0 a 4,5% e houve uma taxação de 25% no caso do aço e 10% no caso do alumínio. É claro que temos que tratar com muito cuidado essa matéria”, disse Temer.

Ao lado do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, o presidente não descartou a possibilidade de entrar com uma representação contra os Estados Unidos junto à Organização Mundial do Comércio (OMS). Contudo, o presidente disse que, antes dessa medida, o Brasil vai incentivar o contato de empresas brasileiras que fornecem aço para as empresas norte-americanas para trabalharem “em conjunto ao congresso americano para tentar mudar essa fórmula”.

“Se não houver uma solução, digamos assim, amigável muito rápida, vamos formular uma representação à Organização Mundial do Comércio, mas não unilateralmente, não apenas o Brasil, mas com todos os países que tiveram prejuízo em função dessa medida tomada. Naturalmente, essa conjugação coletiva dos países dará mais força a essa representação”, afirmou.

*Com informações da Agência Brasil

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