José Dirceu passou quase dois anos presos preventivamente e hoje cumpre prisão domiciliar em Brasília
Marcello Casal/Agência Brasil - 8.4.15
José Dirceu passou quase dois anos presos preventivamente e hoje cumpre prisão domiciliar em Brasília

O ex-ministro José Dirceu reencontra nesta segunda-feira (5) o juiz federal Sérgio Moro – que já impôs ao ex-chefe da Casa Civil do governo Lula duas condenações em processos da Operação Lava Jato. Dirceu será ouvido pelo juiz de Curitiba por videoconferência realizada na sede da Justiça Federal no DF, onde ele chegou por volta das 11h. 

José Dirceu cumpre prisão domiciliar em Brasília desde maio, quando foi  autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a deixar a cadeia após ter passado quase dois anos detido preventivamente. Ele será ouvido nesta segunda-feira como testemunha de defesa do ex-secretário do PT Sílvio Pereira em ação que apura propina da empreiteira GDK em troca de favorecimento em licitação da Petrobras.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), os executivos da construtora ofereceram e pagaram, em 2004, propina na monta de R$ 6,8 milhões a Pereira, a Renato Duque e a Pedro Barusco (esses últimos à época diretor e gerente da Petrobras, respectivamente). A propina visava garantir que a GDK venceria licitação para tocar obras da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, no Espírito Santo.

Ainda segundo os procuradores da Lava Jato, parte da quantia destinada ao ex-secretário do PT foi paga por meio da doação de um carro modelo Land Rover Defender 90CSW.

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Dirceu vs. Lava Jato

Condenado por corrupção e formação de quadrilha no processo do mensalão, o ex-ministro Dirceu cumpriu um ano de pena no Complexo Penitenciário da Papuda entre novembro de 2013 e novembro de 2014, quando foi autorizado a progredir para a prisão domiciliar. Ele voltou a ser preso em agosto de 2015 por ordem do juiz Sérgio Moro.

O ex-chefe da Casa Civil já têm duas condenações na Lava Jato, que somam 42 anos de prisão. Em um desses processos, Dirceu foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por esquema que envolvia recebimento de propina da empreiteira Engevix. O juiz Sérgio Moro impôs pena de 20 anos e 10 meses ao petista nessa ação penal, mas a sentença foi reformada na segunda instância da Justiça Federal e chegou a 30 anos e 9 meses.

No mês passado, o  ex-ministro ainda se tornou réu numa terceira ação penal que apura suposta propina de R$ 900 mil da construtora Engevix em favor de Dirceu. Moro, ao aceitar a denúncia do MPF, determinou a suspensão do processo pelo prazo de um ano para não atrasar o andamento de outras ações contra réus que não possuem condenações.

Além de José Dirceu, também será ouvido nesta segunda-feira no âmbito do processo sobre a propina da GDK o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli.

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