José Dirceu vira réu pela 3ª vez na Lava Jato após condenação no Mensalão

No entanto, Sérgio Moro suspendeu a tramitação deste processo por um ano, já que todos os réus envolvidos já foram condenados em outros processos

José Dirceu foi preso pela Operação Lava Jato em agosto de 2015, na 17ª fase da operação, batizada de 'Pixuleco'
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil (04/11/2014)
José Dirceu foi preso pela Operação Lava Jato em agosto de 2015, na 17ª fase da operação, batizada de 'Pixuleco'

O juiz federal Sérgio Moro abriu uma nova ação penal contra o ex-ministro José Dirceu (PT, governo Lula) nesta terça-feira (20). Neste processo, ele é acusado de receber cerca de R$ 2,4 milhões em propina das empreiteiras Engevix e UTC.

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De acordo com a denúncia aceita por Moro, José Dirceu teria recebrido os valores durante e depois do julgamento do Mensalão, ação penal em que foi condenado. Além do ex-ministro, o processo envolve ainda os nomes do ex-Engevix Gerson de Melo Almada, o irmão de Dirceu Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e o diretor da UTC Walmir Pinheiro Santana.

Com isso, o petista passa a ser réu pela terceira vez na Operação Lava Jato. Dirceu já foi condenado duas vezes por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

Como todos os réus nesta ação já foram condenados na Lava Jato, Moro decidiu suspender a ação por um ano. “Não vislumbro com facilidade interesse do MPF no prosseguimento de mais uma ação penal contra as mesmas pessoas, a fim de obter mais uma condenação”, escreveu.

Outros processos em que Dirceu é réu na Lava Jato

Agraciado por um habeas corpus concedido após votação por 3 a 2 na Segunda Turma do STF, Dirceu já têm duas condenações na Lava Jato, que somam 42 anos de prisão. 

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Em um desses processos, o ex-ministro foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por esquema que envolvia recebimento de propina da empreiteira Engevix.

O juiz Sérgio Moro impôs pena de 20 anos e 10 meses ao petista nessa ação penal, mas a sentença foi reformada na segunda instância da Justiça Federal e chegou a 30 anos e 9 meses.  

A outra condenação contra o ex-ministro do governo Lula foi de 11 anos e 3 meses de prisão, também pelos crimes de corrupção e lavagem. Nessa ação penal, José Dirceu era investigado por participar da divisão de propina de R$ 7,1 milhões pagos pela Apolo Tubulars, fornecedora de tubos da Petrobras.

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