Rodrigo Maia diz que seguirá decisão do STF de cassar Paulo Maluf

Paulo Maluf (PP-SP) está preso desde dezembro do ano passado; cabe ao presidente da Câmara dar prosseguimento à cassação

Preso desde dezembro do ano passado, Maluf já teve suspensos seus benefícios de deputado
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil 17.04.16
Preso desde dezembro do ano passado, Maluf já teve suspensos seus benefícios de deputado

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos deputados, afirmou nesta quinta-feira (8) que dará prosseguimento à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de cassar o mandato do deputado Paulo Maluf (PP-SP). A informação é do jornal Folha de S.Paulo .

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Preso desde dezembro do ano passado, Maluf já teve suspensos seus benefícios de deputado. Embora ainda não tenha sido cassado, teve o gabinete oficial fechado, não recebe salários e seus funcionários foram exonerados. A Câmara também solicitou que ele devolva o apartamento funcional em que morava.

O ex-prefeito de São Paulo foi condenado em maio pelo STF . Por lavagem de dinheiro, além da perda do mandato de deputado federal ele terá de cumprir sete anos e nove meses em regime fechado.

Rodrigo Maia já havia se manifestado antes sobre a questão da cassação de deputados pelo Supremo. Em sua opinião, decisões do gênero deveriam ser aprovadas pelo plenário da Câmara.

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Embora tenha afirmado que seguirá a decisão do STF, Maia disse também que questionará a corte sobre como deve prosseguir esse tipo de questão: se seria o bastante o aval da mesa diretora da Câmara, composta por 7 deputados, ou se seria preciso levar a decisão ao plenário, podendo votar todos os 513 deputados.

Condenação

Maluf foi condenado por recebimento de propina em contratos públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS nos tempos em que ainda era prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996. Os recursos, apontam as investigações, foram desviados da construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. A obra custou, ao todo, cerca de R$ 800 milhões.

As investigações se extenderam há mais de dez anos, desde a instauração do primeiro inquérito contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância da Justiça. Os procuradores do Ministério Público estimaram em US$ 170 milhões a movimentação total de recursos ilícitos por parte do então prefeito. Após a eleição de Maluf como deputado federal, as investigações foram para o Supremo Tribunal Federal.

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