No pedido de transferência, o MP alegou que Cabral recebia
Fernando Frazão/Agência Brasil - 17.11.16
No pedido de transferência, o MP alegou que Cabral recebia "diversos privilégios" no presídio de Benfica

Após a polêmica envolvendo o uso de algemas na transferência de Sérgio Cabral (MDB) de Benfica (RJ) para o Complexo Médico-Penal em Pinhais, em Curitiba, o ex-governador do Rio de Janeiro passa por novos constrangimentos na casa de detenção em que se encontra encarcerado.

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Ao contrário de outros presos famosos da operação Lava Jato, como os ex-deputados Eduardo Cunha (MDB) e André Vargas, Cabral passou suas duas primeiras semanas em Curitiba na solitária, sem direito a banho de sol. A informação é do jornal O Globo .

Isolado do restante do presídio, o ex-governador, conta o jornal, gritava de sua cela pedindo algo aos funcionários de Pinhais.

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, famoso por ter aberto o processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT), e que fica em uma cela próxima a de seu companheiro de partido, teria ajudado o colega, chamando pelos carcereiros.

O ex-governador deve deixar a solitária para se juntar ao convívio dos demais presos na sexta-feira (2).

O caso das algemas

Os juízes federais Sérgio Moro (Curitiba) e Marcelo Bretas (Rio de Janeiro) cobraram explicações da Polícia Federal sobre o uso de algemas nas mãos e nos pés de Sérgio Cabral durante sua transferência para presídio no Paraná.

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Em ofício enviado à PF, o juiz Moro disse ser "compreensível" que os responsáveis pela escolta tenham preferido "exagerar nas cautelas" em vez de "incorrer em riscos desnecessários". Ainda assim, o magistrado manifestou estranheza no procedimento adotado.

Moro mencionou em orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de que "só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros".

A transferência do emedebista para o Paraná se deu com a anuência de Moro e Bretas após pedidos das forças-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro e em Curitiba . Os procuradores alegavam que Sérgio Cabral recebia "diversos privilégios" no presídio de Benfica, onde estava detido desde maio do ano passado.

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