Caixa nomeia interinos; conselho quer afastamento definitivo de vice-presidentes

Investigações apuram crimes na administração da Caixa e já resultaram em ações na Justiça contra Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves

Após Banco Central apontar que Temer poderia ser implicado em investigações se insistisse em manter executivos, presidente afastou 4 vice-presidentes da Caixa
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Após Banco Central apontar que Temer poderia ser implicado em investigações se insistisse em manter executivos, presidente afastou 4 vice-presidentes da Caixa

A Caixa informou, nesta quarta-feira (17), quais serão os substitutos temporários dos quatro vice-presidentes afastados nesta semana. Inicialmente, os interinos ficarão 30 dias nos cargos. O conselho do banco, contudo, de acordo com a Folha de S.Paulo , avalia que o retorno dos afastados será negativo para a imagem da instituição e quer o afastamento definitivo dos executivos.

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O vice-presidente  da Caixa , Antônio Carlos Ferreira, será substituído pelo diretor de Banco Corporativo, Luiz Gustavo Silva Portela; a vaga da vice-presidente Deusdina Pereira será ocupada pelo diretor de Fundos de Governo, Valter Gonçalves Nunes; o vice-presidente José Henrique Marques da Cruz dará lugar ao diretor de Clientes e Canais, Ademir Losekann; e o vice-presidente Roberto Derziê de Sant Anna será substituído interinamente pelo diretor de Serviços de Governo, Roberto Barros Barreto.

O banco ainda aproveitou a oportunidade para repudiar as denúncias de influência política nas indicações aos cargos, afirmando que a estatal “possui uma governança estabelecida em critérios sólidos, como demonstrado amplamente nos resultados que a empresa vem alcançando nos últimos anos”.

Investigações e afastamentos

O presidente Michel Temer determinou na última terça-feira (16) o afastamento de quatro vice-presidentes do banco por 15 dias. A decisão só foi tomada após o Banco Central recomendar ao governo federal o afastamento dos executivos.

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Antes, quando o Ministério Público pediu ao presidente que afastasse a cúpula do Banco, ele negou o pedido. Contudo, quando o BC emitiu um parecer apontando que Temer poderia ser acusado por malfeitos dos executivos caso insistisse em mantê-los no cargo, ele reavaliou a decisão.

O afastamento dos vice-presidentes se deve a suspeita deles participarem de esquemas de corrupção investigados pela Procuradoria da República e pela própria estatal. A informação foi publicada nesta terça-feira (16) pelo jornal  Folha de S.Paulo  . A reportagem do  iG  procurou o Banco Central para confirmar a informação, mas o BC disse que não iria comentar o assunto.

As investigações apuram crimes na administração do banco público e já resultaram na abertura de ações penais na Justiça. Em uma delas, o  MPF pediu a condenação dos ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves   (ambos do MDB) por crimes cometidos em atuação conjunta com o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto.

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