Ex-subsecretário Ricardo Cota, ex-secretário Wilson Carlos, Sérgio Cabral e ex-chefe da Casa Civil Regis Fichtnner
Reprodução/MPF-RJ
Ex-subsecretário Ricardo Cota, ex-secretário Wilson Carlos, Sérgio Cabral e ex-chefe da Casa Civil Regis Fichtnner

Preso há mais de um ano e já condenado a 87 anos de cadeia , o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) voltou a ser alvo de denúncia dos procuradores da Operação Lava Jato no estado. Essa já é a 19ª denúncia contra o peemedebista, que dessa vez é acusado pelo crime de corrupção passiva em esquema envolvendo seu ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner, que também foi denunciado.

O Ministério Público Federal acusa Fichtner de ter recebido propina na casa de R$ 1,56 milhão por meio da organização criminosa alegadamente chefiada por Sérgio Cabral no governo do RJ no período de 2007 a 2014.

A Procuradoria pede, além da condenação dos acusados, que eles sejam obrigados a pagar os mesmos R$ 1,56 milhão a título de reparação de danos materiais à União e multa de R$ 3,12 milhões como reparação de danos morais.

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Investigações e 'Farra dos Guardanapos'

Os investigadores concluíram que o ex-chefe da Casa Civil do RJ recebeu propina de R$ 1,56 milhão a partir da análise de documentos apreendidos na casa de Luiz Carlos Bezerra, que fora um dos operadores responsáveis pela distribuição dos recursos. 

Régis Fichtner era identificado pelos codinomes de "Alemão" e "Gaúcho", que foram encontrados em ao menos 20 anotações com a contabilidade da propina distruída pelo operador Luiz Carlos Bezerra.

"Régis Fichtner, no exercício do cargo de chefe da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro, sob anuência do então governador, Sérgio Cabral, solicitou e aceitou vantagem indevida para exercer o seu cargo com especial atenção para os interesses privados de empresários do setor da saúde, prestação de serviços de alimentação e limpeza, transporte público e construção
civil", afirma o grupo do MPF coordenado pelo procurador Sérgio Luiz Pinel Dias.

Quem também foi alvo dessa denúncia é o empresário George Sadala, que era vizinho de Cabral no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ) onde o ex-governador possuía uma mansão de veraneio.

Sadala, segundo o MPF, pagou ao menos R$ 1,3 milhão em propina em favor do grupo de Cabral em troca de "facilidades na contratação de suas empresas" na prestação de serviços relacionados ao programa Rio Poupa Tempo.

O empresário era um dos participantes da festa que veio a se tornar conhecida como a 'Farra dos Guardanapos'. O evento foi realizado num hotel de Paris em 2009 e reuniu secretários da alta cúpula do governo Sérgio Cabral e empresários. Grande parte dos convidados daquela festa já foi denunciada na Operação Lava Jato no Rio.

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