Defesa de Geddel quer saber quem fez denúncia do apartamento dos R$ 51 milhões

Além da identidade de quem fez a denúncia, advogados querem saber detalhes das investigações e até quem atendeu a ligação

Geddel Vieira Lima foi preso por suspeita de tentar atrapalhar investigação sobre esquema na Caixa Econômica Federal
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Geddel Vieira Lima foi preso por suspeita de tentar atrapalhar investigação sobre esquema na Caixa Econômica Federal

A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal  (STF) para saber de quem é o telefone que denunciou o apartamento em Salvador onde foram encontrados R$ 51 milhões , supostamente resultado de transações ilegais. O político está preso em Salvador.

O pedido foi encaminhado ao ministro Edson Facchi, relator do inquérito no qual Geddel é investigado. Nele, a defesa pede não só quem ligou para fazer a denúncia, como também quais pessoas foram ouvidas pela Polícia Federal e qual agente atendeu à ligação.

Segundo a PF, a descoberta do dinheiro ocorreu após uma ligação anônima. Para os advogados de Geddel, as circunstâncias das investigações podem anular todo o inquérito, caso seja verificada alguma irregularidade. A defesa afirmou em nota que a Polícia Federal e o Ministério Público não  podem "valerem-se da prerrogativa de sigilo da fonte", conforme determinado pela Constituição Federal. 

O ex-ministro não possui mais foro privilegiado, mas como seu irmão Lúcio Vieira Lima, também investigado,  é deputado federal, o caso corre no Supremo.

O Caso

Ex-articulador político e ex-ministro de Governo de Michel Temer (PMDB), Geddel é investigado por atuar em esquema criminoso envolvendo fundos de financiamento controlados pela Caixa Econômica Federal . Ele foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco e é suspeito de receber propina em troca de favorecimento a empresas que pleiteavam financiamentos para projetos.

O apartamento no qual o dinheiro foi encontrado pertence ao empresário Silvio Silveira, que disse em depoimento à Polícia Federal que emprestou o imóvel a Lúcio Vieira Lima. O parlamentar e Geddel disseram ao empresário que usariam o apartamento para armazenar pertences do pai deles, que morreu no início do ano passado.

Após a descoberta, Geddel Vieira Lima  foi preso preventivamente no dia 8 de setembro em relação ao caso da fortuna encontrada. A Polícia Federal encontrou impressões digitais dele  em sacos de dinheiro que estavam nas malas e caixas que armazenavam a fortuna apreendida em Salvador.

Um laudo de perícia papiloscópica concluído pela PF no dia 5 de setembro indica que foram encontradas marcas dos dedos mínimo e médio da mão esquerda de Geddel em dois sacos plásticos que continham cédulas de R$ 100.

Ele já estava em prisão domiciliar, desde  julho, quando foi flagrado contatando a esposa do lobista Lúcio Funaro, Raquel Pitta, para supostamente tentar impedir que o doleiro firmasse um acordo de delação premiada.

A Procuradora-Geral da República Raquel Dodge afirmou que  "Geddel é líder de uma organização crimonosa".

*com informações da TV Globo