Índio é preso e dois policiais ficam feridos após confrontos em frente à Câmara

Indígenas queriam participar de audiência e forçaram entrada com paus, flechas e pedras. Polícia reagiu com balas de borracha e spray de pimenta

Policial mostra a flecha lançada por índios
Foto: Polícia Militar DF / Divulgação
Policial mostra a flecha lançada por índios

Índios e policiais entraram em confronto nesta quarta-feira (19), do lado de fora da Câmara dos Deputados, em Brasília. Grupos indígenas tentaram invadir o prédio, forçando a entrada com paus e pedras, a fim de acompanharem uma audiência pública sobre a produção agrícola em terras indígenas, mas as senhas para o acesso se esgotaram. Houve confusão e uma porta de vidro do anexo 3 do prédio foi quebrada.  Policiais impediram a entrada do grupo com balas de borracha e spray de pimenta, e um índio foi preso.

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Todas as entradas da Câmara foram fechadas em seguida e, de acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, um policial ficou ferido por uma flechada no pé e outro foi atingido por uma paulada na cabeça desferida pelos  índios . Os dois foram levados para o hospital e estão em observação.  Segundo o Conselho Missionário Indigenista (CIMI), o homem preso é um jovem guarani.

Grupos indígenas de várias regiões do País aguardavam desde o início do dia pela audiência da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, que trataria da produção em reservas. A reunião foi solicitada pelos deputados Nilson Leitão (PSDB-MT) e Valdir Colatto (PMDB-SC), da Bancada Ruralista da Câmara, com o objetivo de discutir a troca de conhecimentos agrícolas entre os índios e técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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No entanto, associações indígenas já tinham se posicionado contra a iniciativa e disseram saber as “reais intenções” dos parlamentares. “Nosso futuro depende do nosso território, livre de invasores e de parlamentares com opiniões e atitudes contrárias e que infere aos direitos indígenas”, divulgou em nota o Insituto Raoni, entidade representante de tribos do Alto Xingu.

De acordo com a Câmara, no Oiapoque (AP), a Embrapa Amapá já desenvolve ações de intercâmbio de conhecimentos no manejo sustentável de açaí e outras frutíferas e índios da tribo Kaxinawá, no Acre, também já são auxiliados pelo órgão.

Foram convidados para o debate integrantes do Ministério Público, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Ministério da Agricultura, da Embrapa, da Advocacia Geral da União, além das lideranças indígenas.

Geddel x Indígenas

Na Bahia, o ex-ministro Geddel Vieira Lima também tem tido problemas com grupos indígenas. Ele está sendo acusado de grilagem em terras protegidas para a produção de cacau e pediram a Funai que apure a situação.

Além disso, há 3 dias um pataxó foi baleado próximo à fazenda do ex-ministro do PMDB por capangas da propriedade e segue internado no Hospital de Base de Itabuna (BA) sob risco de morte.

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Após o episódio, índios Pataxós-hã-hã-hães e Caramurus invadiram a fazenda de Geddel e o clima continua tenso. Representantes de Geddel já passaram pela Funai em Brasília. Até o momento não encontramos os advogados do ex-ministro.

*As informações são da Agência Brasil