Para continuar como relator, PSC cede vaga de suplente na CCJ a Andrada

Depois de ter sido excluído pelo PSDB da vaga do partido, líder do PSC na Câmara, Professor Victório Galli dá lugar de Marco Feliciano ao tucano

Bonifácio de Andrada deverá continuar como relator da denúncia contra Michel Temer
Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados - 5.8.2013
Bonifácio de Andrada deverá continuar como relator da denúncia contra Michel Temer

A vaga de suplente do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi cedida pelo líder do PSC na Câmara, deputado Professor Victório Galli (MT) para o relator da nova denúncia conta o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG).

A troca foi feita após o PSDB ter decidido destituir Bonifácio de Andrada da vaga de suplente da comissão nesta quinta-feira (5) . Para continuar como relator da denúncia contra o presidente da República e outros dois ministros, seria necessário que uma cadeira na CCJ fosse liberada por outro partido.

A exclusão do deputado da vaga de suplente da legenda tucana da Câmara aconteceu às 15h12. Pouco mais de uma hora depois, às 16h36, o líder do PSC protocolou o pedido para que o relator pudesse ocupar um lugar do partido na comissão.

“Ao cumprimentá-lo cordialmente, indico o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) para integrar, como membro suplente, a Comissão de Constituição e Justiça, em substituição ao deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)”, diz o texto do documento enviado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Crise tucana

Quando foi escolhido para ser relator da denúncia contra Temer na semana passada pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), criou-se um clima de tensão na bancada do PSDB, que está dividida sobre o apoio ou não ao governo atual – tendo em vista que Andrada é considerado um nome favorável ao presidente.

Sua posição na primeira votação da denúncia contra o peemedebista, realizada em agosto, em que ele era acusado de ter cometido os crimes de corrupção passiva, demonstra uma prévia de como pode ser seu posicionamento. Na ocasião, o deputado votou contra o prosseguimento do processo para o Supremo Tribunal Federal.

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Um dos embates entre os políticos tucanos era encontrar uma solução para a questão. O líder do partido tucano na Câmara, Ricardo Trípoli (SP) chegou a declarar que a maior parte da bancada entende que a permanência de Andrada na função é uma questão partidária, não uma decisão pessoal.

Reunião

Na tarde desta quinta-feira os líderes do partido tucano na Câmara, Ricardo Trípoli, e no Senado, Paulo Bauer (SC), o presidente da sigla, Tasso Jereissati (CE), e o próprio Bonifácio de Andrada haviam se reunido. No encontro, Andrada teria reiterado seu interesse em se manter na relatoria da denúncia e os dirigentes do partido expuseram as dificuldades da bancada em aceitar essa decisão.

“Ele [Bonifácio] entendeu a dificuldade de relatar essa matéria pelo PSDB, em função das divergências internas que nós temos na bancada. A partir desse momento, se encontrou um caminho, que o presidente da CCJ teria interesse em tê-lo em uma outra bancada que não fosse a do PSDB, e assim ele poderia relatar a matéria. Dessa forma, nós estamos construindo esse documento que será encaminhado ao presidente da CCJ, onde essa vaga do suplente ocupada pelo deputado Bonifácio será desocupada por ele. Estamos aguardando que o presidente da CCJ diga qual vaga que ele ocupará, para que ele faça o relatório”, disse Ricardo Trípoli após a reunião.

O líder ressaltou que não se trata de uma revanche à decisão de Pacheco de designar alguém do partido para a relatoria da denúncia, mesmo depois dos apelos da bancada para que o presidente da comissão não o fizesse.

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