Avanço de "posições totalitárias" desafia democracia, diz Raquel Dogde

Procuradora-geral da República deu posse a membros do CNMP e ressaltou a importância da defesa de direitos humanos junto às questões criminais

Raquel Dodge dá posse a conselheiros do CNMP
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil - 25.9.17
Raquel Dodge dá posse a conselheiros do CNMP

A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge,  disse nesta segunda-feira (25) que, segundo estudos, há um aumento da simpatia por posições totalitárias no Brasil e no mundo, sobre o que afirmou que a atuação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) “deve contribuir para aumentar a confiança na democracia e nas instituições de Justiça, repudiando quaisquer cogitações de retrocesso”.

A declaração de Raquel Dodge foi feita durante a cerimônia de posse de dez novos membros do CNMP hoje. No evento, a procuradora-geral afirmou que os MPs Federal e estaduais devem dar a mesma importância que é atribuída a questões criminais à defesa de direitos humanos.

“O Ministério Público, instituído pela Constituição de 1988, tem a obrigação de exercer com igual ênfase a função criminal e a defesa de direitos humanos”, defendeu, ainda destacando, como temas preocupantes, a violência urbana e rural, principalmente contra jovens; a ameaça à liberdade de imprensa por meio do assassinato de jornalistas; e a proteção ao meio ambiente.

Raquel ressaltou que “em todos os lugares do Brasil e em temas muito diferentes, há muito trabalho para o Ministério Público”. No evento, a procuradora-geral não fez referências diretas à Operação Lava Jato , maior investigação criminal já conduzida pelo órgão.

Ela destacou que o MP tem orçamento suficiente para exercer suas funções e disse contar com que os poderes Executivo e Legislativo federal e dos estados continuem dando condições para uma boa atuação de promotores e procuradores.

Leia também: Ministro Gilmar Mendes decide manter Joesley e Wesley Batista na prisão

A cerimônia foi realizada em um auditório da PGR para uma plateia formada principalmente por membros do MP. Estiveram presentes autoridades como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia.

Atuação

De acordo com a Constituição, cabe ao CNMP, entre outras atribuições, controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público e zelar pela autonomia funcional do órgão. A entidade tem o poder de rever atos administrativos praticados por membros do Ministério Público, bem como de conduzir processos disciplinares contra promotores e procuradores.

Assumiram nesta segunda-feira os conselheiros Fábio Bastos Stica (MP/RR), Orlando Rochadel Moreira (MP/SE), Marcelo Weitzel Rabello de Souza (Ministério Público Militar), Sebastião Vieira Caixeta (Ministério Público do Trabalho), Silvio Roberto de Oliveira Amorim Junior (Ministério Público Federal), Dermeval Farias Gomes Filho (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), Lauro Machado Nogueira (Ministério Público do Estado de Goiás), Leonardo Accioly da Silva (Ordem dos Advogados do Brasil), Erick Venâncio Lima do Nascimento (Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho (Senado Federal).

Leia também: Câmara avalia fatiar denúncia contra Temer; com pressa, base quer peça única

Além de Raquel Dodge e o presidente do CNMP , o conselho é composto por mais 13 membros: quatro indicados pelo Ministério Público da União (MPU); três, pelos MPs estaduais; dois, pela OAB; dois cidadãos indicados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal; um membro indicado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e outro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

* Com informações da Agência Brasil