"Só regimes de exceção aceitam acusações sem provas”, diz Temer sobre denúncia

Em vídeo publicado nesta sexta-feira, o presidente rebate as acusações da segunda denúncia da PGR, dizendo que são "provas movidas por preconceito, ódio, rancor ou motivos escusos", e que "a verdade triunfará"

O presidente Michel Temer usou as redes sociais para fazer mais uma defesa contra as acusações da Procuradoria-Geral
Foto: Reprodução/Facebook Michel Temer
O presidente Michel Temer usou as redes sociais para fazer mais uma defesa contra as acusações da Procuradoria-Geral

O presidente Michel Temer rebateu as acusações da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República em vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (22). Com discurso firme, Temer afirmou que as provas apresentadas pela PGR são "forjadas" e que as denúncias foram “ineptas produzidas em conluio com malfeitores”. 

Leia também: Advogado de Temer decide abandonar o caso por 'questões éticas'

“Há ainda muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha delação induzida. Lançaram contra mim ilações, provas forjadas, denúncias ineptas produzidas em conluio com malfeitores”, afirmou Michel Temer, citando a primeira denúncia da PGR. "A verdade prevaleceu ante o primeiro ataque a meu governo e a mim. A verdade, mais uma vez, triunfará", disse.

A declaração do presidente é feita no dia seguinte à chegada da segunda denúncia contra ele à Câmara dos Deputados, votada nesta semana no Supremo Tribunal Federal com 10 votos a 1 pelo envio . O presidente ainda apontou que "o princípio básico da inocência foi subvertido: agora todos são culpados até que provem o contrário”.

Durante o vídeo de cinco minutos, o peemedebista chega a afirmar que "só regimes de exceção aceitaram denúncias sem provas, movidos por preconceito, ódio, rancor e motivos escusos", completando que o Brasil "pode estar seguindo o mesmo caminho".

Temer voltou a criticar o áudio de uma conversa entre ele e o empresário Joesley Batista, que deu origem à primeira denúncia, rejeitada pela Câmara no início de agosto, e destacou a prisão de Joesley, ocorrida este mês. “Repetem seu procedimento: vazam para a imprensa depoimentos mentirosos, sem base em fatos e nenhuma conexão com a verdade. Diante dos ataques que se renovam, quero expressar minha indignação e manifestar minha profunda revolta com a leviandade dos que deveriam agir com a sobriedade”.

Ele ainda disse que, graças aos áudios que tentaram esconder, mas que vieram a público acidentalmente, "sabe-se que, contra mim, armou-se conspiração de múltiplos propósitos".  "Conspiraram para deixar impunes os maiores criminosos confessos do Brasil, finalmente presos, porque sempre apontamos seus inúmeros delitos”. Joesley e Ricardo Saud, ambos executivos do grupo J&F, foram presos após a divulgação de um áudio de quatro horas de diálogo entre ambos que, de acordo com a PGR, aponta que eles omitiram informações durante o acordo de delação premiada.

Leia também: Após depoimento sobre 'pacto de sangue' de Lula, PT suspende Palocci por 60 dias

Michel Temer também fez um apelo aos deputados, que irão apreciar a segunda denúncia contra ele na próxima semana. “Tenho convicção absoluta de que a Câmara dos Deputados encerrará esses últimos episódios de uma triste página de nossa História, em que mentiras e inverdades induziram a mídia e as redes sociais nestes últimos dias. A incoerência e a falsidade foram armas do cotidiano para o extermínio de reputações”.