Casa comprada por Sérgio Cabral no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ), é avaliada em cerca de R$ 8 milhões
Divulgação/Condomínio Portobello
Casa comprada por Sérgio Cabral no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ), é avaliada em cerca de R$ 8 milhões

A mansão comprada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) e sua esposa, Adriana Ancelmo, em Mangaratiba (RJ) será levada a leilão, bem como as joias adquiridas pelo casal que já foram apreendidas pela Polícia Federal . A venda dos bens de Cabral e Adriana, alvos de ações penais da Operação Lava Jato no Rio e em Curitiba, foi determinada em despacho publicado na última quinta-feira (22) pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do RJ. 

Além da casa de veraneio no Condomínio Portobello, imóvel avaliado em R$ 8 milhões, também serão leiloadas 55 joias apreendidas – pequena parcela das 189 joias que Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo teriam adquirido com dinheiro de propina, segundo as investigações.

Também vão a leilão a Lancha Manhattan Rio, apreendida em Angra dos Reis (RJ), três carros, uma moto aquática e um jet boat de propriedade do ex-governador.

A venda dos bens de Cabral antes mesmo da conclusão das investigações contra ele e sua esposa foi jusitficada pelo juiz Marcelo Bretas sob o argumento de que os bens citados perdem seu valor conforme o passar do tempo e a manutenção deles é dispendiosa.

"A alienação antecipada proposta é adequada e proporcional ao caso em concreto. Ressalte-se que o objetivo da alienação antecipada é o de salvaguardar a restituição aos cofres públicos de eventual produto/proveito de crime, de forma que, obviamente, fica resguardado o direito à devolução da quantia em caso de sentença absolutória", escreveu o magistrado.

Já condenado a mais de 14 anos de prisão por decisão do juiz Sérgio Moro, de Curitiba, Cabral está preso desde novembro do ano passado por acusações de chefiar esquema criminoso envolvendo obras públicas no Rio de Janeiro durante o seu governo.

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R$ 11 milhões em joias

Parte da propina recebida pelo peemedebista, de acordo com o Ministério Público Federal, foi usada para adquirir joias, pedras preciosas e relógios na joalheria H. Stern, que firmou acordo de leniência com os investigadores e comprovou a venda de dezenas de itens a Cabral e Adriana. O casal teria gastado cerca de R$ 11 milhões nesses bens.

Até a semana passada, a Polícia Federal havia apreendido apenas 40 peças na casa do ex-governador, número muito abaixo das 189 comprovadamente adquiridas pelo casal. Diante desse cenário, os agentes federais cumpriram novos mandados de busca e apreensão na última sexta-feira (23) em dois endereços ligados à ex-primeira-dama. Foram apreendidas mais 15 peças na casa da irmã de Adriana, Nusia Mansur.

Entre as peças já localizadas estão um brinco de ouro branco de 18 quilates, um brinco de ouro amarelo 18 quilates com brilhante solitário, um brinco de ouro amarelo 18 quilates com rubi e um conjunto formado por uma pulseira, um brinco e um anel de ouro amarelo 18 quilates com diamante.

Os itens acima foram comprados entre 2009 e 2014, sem a emissão de nota fiscal, e custaram mais de R$ 4,5 milhões a Sérgio Cabral e Adriana, acusados de "ocultar e dissimular a origem, natureza, disposição, movimentação e a propriedade de valores provenientes de crime" com as aquisições.

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Veja as joias de Adriana Ancelmo apreendidas pela PF na semana passada:


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