Doleiro Lúcio Funaro está preso desde julho do ano passado após a Operação Sépsis, desdobramento da Lava Jato
reprodução/tv senado
Doleiro Lúcio Funaro está preso desde julho do ano passado após a Operação Sépsis, desdobramento da Lava Jato

O doleiro Lucio Funaro, que está preso desde julho do ano passado, está interessado em fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Ele está preso desde julho do ano passado, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Sépsis, um dos desdobramentos da Lava Jato.

Leia também: Rocha Loures devolve os R$ 35 mil que faltavam em mala de propina da JBS

A informação, publicada nesta quarta-feira (7) pelo jornal “ O Estado de S.Paulo ”, foi passada pelo advogado Cezar Bittencourt, que defende o doleiro na Justiça. Funaro é apontado nas investigações como suposto operador de propinas do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que também está preso.

Ainda de acordo com o “ Estadão ”, Bittencourt deixou a defesa de Lucio Funaro. O defensor alegou “conflito de interesses”, já que ele também advoga para o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que foi preso no último sábado (3) e foi transferido hoje para o complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. O político, que foi assessor de Michel Temer (PMDB), foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS. As investigações apontam que ele teria apanhado o dinheiro em nome do presidente, o que o Planalto nega.

Leia também: Dono da JBS gravou Temer aprovando compra de silêncio de Cunha

Os delatores da J&F – holding que controla as atividades do frigorífico JBS – afirmam que a propina seria destinada a comprar o silêncio de Funaro. Ou seja, justamente para que ele não assinasse o acordo de delação premiada, o que é visto com temor pelo governo.

Crise política

O nome de Lúcio Funaro está no epicentro da crise no governo Temer depois que o empresário Joesley Batista, dono da JBS, entregou ao MPF uma gravação na qual supostamente negocia com o presidente o pagamento de uma propina no valor de R$ 500 mil para que Funaro e Cunha permaneçam calados diante das investigações da Lava Jato.

Leia também: STJ nega liberdade a operador de Cunha que ameaçou "comer fígado" de delator

O doleiro também é conhecido por aparecer em episódio envolvendo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e José Yunes, ex-assessor de Michel Temer. Segundo Yunes, o doleiro esteve em seu escritório em São Paulo para receber um "pacote" deixado no local a pedido de Padilha. Esse pacote continha, segundo delatores, valores de caixa dois que haviam sido combinados com diretores da Odebrecht em jantar no Palácio do Jaburu.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!