Suposto favorecimento ao grupo JBS envolveu cerca de R$ 8,1 bilhões, considerando todas as operações realizadas.
Divulgação/JBS
Suposto favorecimento ao grupo JBS envolveu cerca de R$ 8,1 bilhões, considerando todas as operações realizadas.

A Justiça Federal decidiu suspender os depoimentos que três executivos da empresa JBS deveriam prestar nesta segunda-feira (22) no processo sobre a Operação Bullish, deflagrada há duas semanas pela Polícia Federal.

Antes da crise política causada pela divulgação de delações envolvendo a empresa, os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS , e o executivo Ricardo Saud, foram intimados a prestar esclarecimentos sobre supostos favorecimentos que a empresa teria recebido no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No pedido de adiamento, a defesa dos três pediu também que a Justiça devolva os passaportes dos delatores. O juiz, no entanto, enviou o processo ao Ministério Público Federal (MPF) antes de proferir uma decisão.

Depois de prestarem os depoimentos de delação premiada e terem recebido ameaças de morte, os empresários viajaram para os Estados Unidos, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

Deflagrada no dia 12 de maio, Operação Bullish cumpriu 37 mandados de condução coercitiva  – 30 no Rio de Janeiro e sete em São Paulo – e 20 mandados de busca e apreensão – 14 no Rio e seis em São Paulo. De acordo com investigações da PF em conjunto com o MPF no Distrito Federal, o suposto favorecimento ao grupo envolveu cerca de R$ 8,1 bilhões, considerando todas as operações realizadas.

As operações teriam sido feitas pela subsidiária BNDESPar (BNDES Participações S/A), braço do banco voltado para a participação acionária em outras empresas. De acordo com a PF, as transações teriam sido feitas sem as garantias e sem a exigência de prêmio contratualmente previsto, o que teria gerado prejuízos de cerca de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.

Acordo de leniência

O Grupo J&F, que administra a empresa não aceitou pagar R$ 11,169 bilhões para fechar o acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF). A empresa teria 10 anos para saldar o valor, porém não fechou dentro do prazo estipulado pelo Ministério Público que era até as 23h59 da sexta-feira (19).

Procuradores da República afirmaram na sexta-feira (19) que têm tentado fechar o acordo com os representantes das empresas desde o mês de fevereiro. Foi informado que o acordo de leniência corre paralelamente às negociações para a delação premiada. Em nota, o MPF afirmou que nos últimos dois dias as negociações em torno da assinatura do acordo de leniência “se intensificaram”. Na última quarta-feira (17), foram divulgadas as primeiras informações relativas à delação premiada  dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS e sócios da J&F.

* Com informações da Agência Brasil

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