Deputado Rodrigo Rocha Loures (à frente) participava de café da manhã com Temer e os peemedebistas, em 2014
Romério Cunha/VPR - 12.11.14
Deputado Rodrigo Rocha Loures (à frente) participava de café da manhã com Temer e os peemedebistas, em 2014

O deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) chegou, por volta das 6h da manhã desta sexta-feira (19) ao Brasil. Ele desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, de um voo que veio de Nova York. Loures foi citado em delação premiada do empresário Joesley Batista, dono da JBS, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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De acordo com matéria publicada pelo jornal O Globo na última quarta-feira (17), em encontro gravado em áudio pelo empresário, o presidente Michel Temer teria indicado o deputado como interlocutor para solucionar um problema da JBS. Posteriormente, Rocha Loures teria sido filmado recebendo R$ 500 mil enviados por Joesley Batista.

Loures foi o primeiro a desembarcar, com o auxílio da equipe da empresa aérea, de acordo com relatos de outros passageiros. Recebido com críticas por manifestantes que o esperavam desde o começo da manhã, ele foi o último a chegar à área de desembarque.

O peemedebista deixou o aeroporto em um táxi, sem gravar qualquer entrevista.

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Rocha Loures é suplente de Osmar Serraglio (PMDB-PR), que deixou a Câmara dos Deputados para assumir o Ministério da Justiça. Até março deste ano, ele trabalhava como assessor especial da Presidência da República.

Entenda o caso

Os proprietários da JBS, Wesley e Joesley Batista , apresentaram à PGR uma gravação na qual o Temer endossa o pagamento de uma "mesada" para calar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB)  e o operador de propinas Lúcio Funaro, ambos presos. Ao saber desta informação, o presidente teria solicitado que a prática não parasse: "Tem que manter isso".

No depoimento aos procuradores, Joesley revelou que a ordem da mesada na cadeia não partiu de Temer, mas que o presidente tinha total conhecimento de toda a operação.

Outra informação que atinge diretamente o presidente é a de que Loures, homem de confiança de Temer, teria recebido propina para cuidar de uma pendência da J&F, holding que controla a JBS. A pendência, no caso, seria a disputa entre a Petrobras e a J&F sobre o preço do gás fornecido pela estatal para a termelétrica EPE.

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Ao ser indagado por Joesley sobre quem poderia ajudar a resolver esta situação a seu favor, Temer teria apenas respondido para falar "com o Rodrigo". A pendência foi resolvida mediante um pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos, tempo que duraria o acordo com a EPE. Apenas a primeira parcela de R$ 500 mil teria sido paga ao deputado.

* Com informações da Agência Brasil.

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