Um levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP) apontou que pelo menos 340 ônibus estão funcionando com idade acima da permitida em contrato. A denúncia sobre o sucateamento da frota na capital paulista foi feita na segunda edição do programa “SPTV”, da TV Globo, no final da tarde desta terça-feira (9).
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O contrato da SPTrans com os consórcios que operam as linhas indica que ônibus com mais de dez anos não podem circular. As irregularidades não podem passar em branco, o prefeito João Doria (PSDB) precisa mostrar o seu tão famoso lado gestor e solucionar a situação. O tucano não pode cair na mesmice dos governos anteriores e fazer vista grossa para o problema que é claro e só aumenta com o passar dos anos.
A falta de fiscalização fica ainda maior quando se trata de áreas mais afastadas do centro. Em bairros mais carentes, principalmente os localizados nas zonas norte e oeste, foi possível perceber a diferença entre os transportes, muito mais defasados na periferia. Ônibus com quase 15 anos foram flagrados circulando pela cidade normalmente, de maneira ilegal, ultrapassando os 10 anos limites.
O sucateamento dos veículos resulta em amortecedores gastos, bancos quebrados, avarias mecânicas e elétricas e outras características que a extensão do tempo de vida da frota pode causar, influenciando na segurança da população e colocando a vida dos passageiros em risco.
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Para resolver o problema, é necessário que a prefeitura passe a fiscalizar e cobrar mais duramente as partes competentes, pressionando para que os itens exigidos em edital sejam rigorosamente cumpridos, sob pena de multa e até rompimento do contrato.
Doria perde batalha na Cracolândia
O desrespeito com o cidadão não para por aí. Ao ser eleito pelos paulistanos, em 2016, o gestor havia prometido, entre outras tantas mudanças, revitalizar a região da Cracolândia, que fica no centro da cidade e, há anos, foi ocupada pelo tráfico de drogas.
Há mais de cinco meses no mandato, o tucano que tanto criticou o programa social do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) que cobria aquela região, “De Braços Abertos” – e acabou levando o apelido de “Bolsa Crack” segundo Doria e outros opositores -, ainda não demonstrou nenhuma ação para melhorar o cenário, que continua dominado por traficantes e usuários de drogas.
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