José Carlos Bumlai depôs como testemunha em processo no qual o ex-presidente Lula é réu na Operação Lava Jato
Valter Campanato/Agência Brasil
José Carlos Bumlai depôs como testemunha em processo no qual o ex-presidente Lula é réu na Operação Lava Jato

Em depoimento prestado nesta terça-feira (9) ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), o pecuarista José Carlos Bumlai negou o interesse pela compra de um terreno em São Paulo para a instalação do Instituto Lula. Ele depôs na condição de testemunha de acusação no processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é réu na Operação Lava Jato.

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De acordo com a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) no âmbito da Lava Jato , Bumlai teria sido o primeiro interessado na aquisição do terreno. O depoente negou a versão dos procuradores. “Eu vi na imprensa que acharam um documento que dizia que eu era o comprador. Já declarei na Polícia Federal. Eu declinei [...] porque não tinha condições financeiras para comprar. Aí depois apareceu esse documento com meu nome, mas eu não assinei esse documento.”

Veja os vídeos:


Bumlai negou a informação de que teria participado da busca por um terreno que se encaixasse nos requisitos definidos pelo ex-presidente para a construção de uma sede destinada às atividades do Instituto Lula .

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O pecuarista disse que ficou sabendo do plano de criação da entidade por meio da ex-primeira-dama Marisa Letícia que morreu em fevereiro deste ano. “O Instituto Lula surgiu de uma conversa com a dona Marisa. Eu não sabia como funcionava isso aí, a não ser o que havia sido feito pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso”.

A testemunha contou também que a ideia da ex-primeira-dama era a de reservar um local para que o ex-presidente pudesse armazenar os presentes que ganhou ao longo dos oito anos que ocupou o Palácio do Planalto. “Algo como um museu que eles queriam montar”, completou.

Participação de empresários

Segundo o empresário, Marisa Letícia pediu a ele que arrumasse outros dez empresários para participar do processo. “Era fazer algo semelhante ao Instituto Fernando Henrique. Mas eu não tinha a menor condição de arrumar dez empresários em São Paulo e nem liberdade para expor [o assunto]”, relatou.

Entretanto, Bumlai afirmou que tratou deste assunto com Marcelo Odebrecht, ex-presidente do Grupo Odebrecht e que está preso – também em ação penal decorrente da mesma operação. “Era o único dos empresários que eu tinha uma liberdade maior para conversar. Expus para ele qual era a ideia e ele falou que iria mandar uma pessoa me procurar, o doutor Paulo Melo, com quem eu falei por telefone, mas nunca estive com ele”.

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O depoimento de José Carlos Bumlai foi realizado por videoconferência. O pecuarista estava em São Paulo e foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro , responsável pelas ações penais da Lava Jato em primeira instância.


* Com informações da Agência Brasil

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