Relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin autorizou inquéritos oito ministros e 63 congressistas
Rosinei Coutinho/SCO/STF - 14.2.17
Relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin autorizou inquéritos oito ministros e 63 congressistas

O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin , determinou que as citações de ex-executivos da Odebrecht aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff sejam enviadas para a primeira instância da Justiça. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República pelo fato de os acusados não terem mais a prerrogativa de foro privilegiado.

Em seu acordo de colaboração com a força-tarefa da Lava Jato , Emílio Odebrecht, um dos proprietários da empreiteira, relatou que a empresa teria feito o pagamento de “vantagens indevidas e não contabilizadas” para as campanhas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1993 e 1997. Com a decisão do STF, o tucano deverá responder às acusações na Justiça Federal em São Paulo.

As acusações contra o ex-presidente Lula foram enviadas para a Justiça Federal no Paraná. Nos depoimentos, os colaboradores ligados à Odebrecht citaram supostas tratativas com Lula para viabilizar politicamente a edição de uma medida provisória para evitar a intervenção do Ministério Público nos acordos de leniência assinados com empresas na Lava Jato. 

Um pedido de influência de Lula para que a Odebrecht conseguisse fechar negócios com o governo angolano e reformas em um sítio em Atibaia (SP), além do pagamento de palestras em troca de favorecimento da empresa também constam nos depoimentos.

Leia também: "Duvido que tenha um empresário que possa dizer que pedi cinco centavos", diz Lula

No caso da ex-presidente Dilma Rousseff, foram citados supostos pagamentos de caixa dois para a campanha eleitoral. As acusações foram enviadas para a Justiça Federal em São Paulo.

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse que só vai se manifestar após ter acesso à decisão do ministro. Por meio de sua assessoria, Lula disse que as acusações dos delatores são falsas e que sempre agiu dentro da lei. Os advogados da campanha de Dilma sustentam que todas as doações foram registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Além de FHC, Lula e Dilma, há ainda na 'lista de Fachin' um quarto ex-presidente da República: Fernando Collor de Mello. O hoje senador pelo PTC é o único dos quatro que se tornou alvo de um inquérito por determinação do relator da Lava Jato no STF.

Veja quais ministros do governo Temer estão na lista de Fachin:


*Com informações da Agência Brasil

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