O clube judaico Hebraica suspendeu a palestra que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) daria na sede da instituição, em Pinheiros, na capital paulista. O anúncio sobre o evento, que aconteceria em março, gerou polêmica entre a comunidade judaica em todo o País.
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Após confirmação da palestra com Jair Bolsonaro , um abaixo-assinado foi aberto na internet para pressionar a direção do clube a cancelar o evento. O texto diz que o deputado “representa a extrema direita brasileira e em todas oportunidades em que lhe é permitido falar, explora e ataca as minorias entre as quais, nós judeus, nos encontramos”.
O manifesto, organizado pelo empresário Mauro Nadvorny, também acusa o parlamentar de ser “homofóbico, misógino, racista e antissemita por natureza e convicção”. “Idolatra a extrema direita neonazista e admira os torturadores da ditadura militar, a qual enaltece em todas as oportunidades”, acrescenta.
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Em sua página no Facebook , Nadvorny reproduziu diversas mensagens que recebeu de apoiadores do deputado com ataques por causa do seu posicionamento contrário ao evento. Alguns deles chamavam o empresário de “comunista” por se opor às declarações públicas de Bolsonaro.
Outro lado
No seu perfil no Twitter, o deputado , que se coloca como pré-candidato a presidente da República em 2018, diz que considera como uma “honra” ter recebido o convide da Hebraica e que sua presença no clube é “vontade da maioria”. “Qual o temor da minoria que não me quer palestrando?”, provoca.
Outro abaixo-assinado virtual foi feito por apoiadores do parlamentar para tentar fazer com que a direção do clube recue da decisão e remarque o evento. “A organização do evento foi atacada por grupos de viés esquerdista, os quais promoveram um polêmico abaixo-assinado para impedir a presença do deputado em questão no clube. Tal iniciativa partiu de uma pessoa de Porto Alegre, que nada tem a ver com o clube, e a maioria das assinaturas de seu abaixo-assinado foi e está sendo feita por esquerdistas de todo o país, em grande parte não pertencentes à comunidade judaica”, diz o texto.
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“Sabemos que já houve eventos com a participação de políticos de partidos representantes da esquerda no clube, os quais ocorreram normalmente, sem que houvesse impedimento. Donde concluímos que, de igual modo, deve haver espaço para políticos conservadores, representantes da direita e demais vertentes de pensamento”, acrescenta a petição organizada por apoiadores de Jair Bolsonaro.