Pastor Silas Malafaia é suspeito de envolvimento em esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 25.6.2015
Pastor Silas Malafaia é suspeito de envolvimento em esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal

O pastor Silas Malafaia, presidente da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi indiciado pela Polícia Federal por suposto envolvimento em esquema de corrupção na cobrança de royalties da exploração mineral.

De acordo com informações da PF, o indiciamento do pastor por lavagem de dinheiro ocorreu ainda em dezembro, quando Silas Malafaia foi um dos alvos da Operação Timóteo  e precisou prestar depoimento à força.

O processo contra o pastor está sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas ainda assim um trecho do relatório recentemente enviado pela Polícia Federal à Corte foi divulgado nesta quinta-feira (23) pela revista IstoÉ .

De acordo com a publicação, os investigadores apontam que Malafaia teria recebido R$ 100 mil do escritório de advocacia de Jader Pazinato, principal operador do esquema que firmava contratos fraudulentos com prefeitos interessados em desviar recursos da exploração mineral.

Em dezembro, logo após ser conduzido para depor na sede da Polícia Federal em São Paulo, Malafaia confirmou o recebimento do cheque no valor de R$ 100 mil, mas justificou o depósito alegando que o valor era referente a uma “oferta” por ter orado, em 2011, por uma pessoa, que agora, descobriu-se que faz parte do esquema criminoso. O montante, garante ele, foi declarado no Imposto de Renda.

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Operação Timóteo

As investigações da Operação Timóteo foram iniciadas em 2015, quando a Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de Marco Antônio Valadares Moreira, um dos diretores do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Segundo a investigação, Valadares Moreira, sozinho, pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões. Ele foi preso em dezembro do ano passado.

De acordo com a PF, o esquema funcionava da seguinte maneira: o diretor do DNPM possuía informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties e, assim, oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos junto a empresas de exploração mineral.

Esses escritórios eram contratados pelos prefeitos interessados em participar do esquema e repassavam valores indevidos a agentes públicos. Esses repasses eram feitos por meio do chamado núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

Silas Malafaia é uma das pessoas que teriam integrado esse último núcleo da organização criminosa. A PF suspeita que o pastor pode ter emprestado contas correntes da Assembleia de Deus Vitória em Cristo com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores. 

O nome da operação faz referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: " Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição ". 

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