Em defesa de Lula, FHC presta depoimento a Sérgio Moro sobre acervo presidencial

Outras testemunhas prestaram depoimento ao juiz federal nesta quinta e sexta-feira. Lula contou com depoimentos que legitimam o recebimento de doações de grande empresas para manutenção de acervo presidencial

Em investigação sobre acervo presidencial de Lula, FHC dá depoimento em defesa do petista  e fala sobre seu próprio acervo
Foto: Ricardo Stuckert
Em investigação sobre acervo presidencial de Lula, FHC dá depoimento em defesa do petista e fala sobre seu próprio acervo

Uma série de testemunhas depôs para Sérgio Moro em defesa de Lula entre quinta (9) e sexta-feira (10), a fim de tentar provar que o ex-presidente e sua falecida esposa, Marisa Letícia, foram acusados de sem fundamentos na Operação Lava Jato.

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Entre os que falaram em defesa de Lula , está o também ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso. Ele é testemunha na investigação sobre o transporte do acervo presidencial do petista, que teria sido feito pela OAS ao final de seu segundo mandato, em 2010. 

"Isso é um problema a ser resolvido. Pela lei, o acervo é de interesse público e é pessoal, só que não tem apoio financeiro nenhum. O presidente, quando sai da presidência, só tem aposentadoria, não tem um local para por [o acervo], e você tem que cuidar [dele]", declarou FHC.

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Ele também ressaltou que não é ilegal receber ajuda financeira de grandes empresas para a conservação deste estoque reunido ao longo dos anos. Fernando Henrique Cardoso confirmou, inclusive, que ele próprio recebeu doações das incorporadoras Odebrecht e Camargo Correia e dos bancos Itaú, Safra e Bradesco para a criação da Fundação FHC, que administra seu acervo presidencial.

O ex-presidente peesedebista disse que Paulo Okamotto, presidente e co-fundador do Instituto Lula, o procurou e chegou a visitar o Instituto FHC para saber mais sobre a administração e armazenamento de documentos e objetos  recebidos por ele durante seus mandatos. "O Okamotto foi. Eu convidei várias vezes o Lula. Ele nunca foi", afirmou.

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Outra testemunha, a curadora do acervo de FHC, Danielle Ardaillon, afirmou que nem sempre os objetos pertencentes ao acervo presidencial passam pela mão do presidente. Já o representante da Granero Transporte, Emerson Granero, garantiu que o petista não participou da contratação em momento algum, e ainda destacou que o transporte seguiu o procedimento padrão.

Réu

Lula enfrenta diversas acusações, dentro e fora da Operação Lava Jato, mas afirma ser inocente em todas elas. Ele é alvo de investigações em andamento e acusações penais em Curitiba e no Distrito Federal. Entre os processos enfrentados pelo ex-presidente estão obstrução de justiça, corrupção e lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, tráfico de influência e tráfico de influência internacional.