Esquemas investigados aconteciam entre Eike Batista e Flávio Godinho, do grupo EBX, a pedido de Sérgio Cabral
Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Esquemas investigados aconteciam entre Eike Batista e Flávio Godinho, do grupo EBX, a pedido de Sérgio Cabral

A 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro encaminhou nesta quinta-feira (26) um novo mandado de prisão preventiva do ex-governador Sérgio Cabral, preso desde 17 de novembro do ano passado, acusado de receber propinas para fechar contratos públicos do estado.

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Na operação da Polícia Federal iniciada nesta quinta, além de Sérgio Cabral , os policiais também cumpriram mandados de prisão preventiva contra outras seis pessoas por envolvimento no mesmo esquema, entre elas o empresário Eike Batista e o advogado e vice-presidente de futebol do Clube de Regatas do Flamengo, Flávio Godinho. Além disso, a Justiça decretou o mandado de prisão contra Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão (Ancelmo Advogados) e Francisco Assis Neto.  

Policiais federais também devem cumprir condução coercitiva de quatro alvos: sendo a mulher do ex-governador, Susana Neves, o irmão de Cabral, Maurício Cabral, Eduardo Plass e Luiz Arthur Andrade Correia. Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em 27 endereços do Rio de Janeiro.

Operação Eficiência

O Ministério Público Federal anunciou nesta quinta-feira (26) que a operação se chama “Eficiência” e investiga a ocultação de mais de R$ 317 milhões (US$ 100 milhões), por meio de remessas para o exterior. De acordo com os procuradores responsáveis pela investigação, entre agosto de 2014 e junho de 2015, a organização criminosa movimentou R$ 39,7 milhões.

Segundo divulgado pelo MPF, um dos esquemas investigados acontecia entre o empresário Eike Batista e Flávio Godinho, do grupo EBX, a pedido do ex-governador Sérgio Cabral, com o repasse de propina de US$ 16,5 milhões, utilizando uma conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá.

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Para dar uma aparência de legalidade ao esquema, foi feito um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Eike, e a empresa Arcadia Associados – em que constava a compra de uma mina de ouro.

Ademais, Eike Batista, Flávio Godinho e Sérgio Cabral também são suspeitos de terem atrapalhado as investigações dos procuradores. Contudo, com o apoio de colaboradores, o MPF conseguiu fazer a repatriação de pelo menos R$ 270 milhões, que já estão à disposição da Justiça Federal em uma conta aberta na Caixa. A força-tarefa está solicitando cooperação internacional para o bloqueio e posterior repatriação dos valores ainda ocultos em outros países.

A prisão de Cabral

O ex-governador foi preso no dia 17 de novembro, sob a acusação de receber mais de R$ 220 milhões em propinas para fechar contratos públicos com empreiteiras e construtoras. Ele foi levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

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A mulher de Sérgio Cabral foi presa por ser "uma das principais responsáveis por ocultar recursos recebidos indevidamente por seu marido", de acordo com o juiz Marcelo da Costa Bretas, que decretou a prisão preventiva da advogada, que segundo ele, teria usado da profissão para a ocultação de recursos.

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