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Tucanos Bruno Covas, Andrea Matarazzo, José Aníbal e Ricardo Trípoli participaram do 1º encontro com militância na capital paulista

Os quatro pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de São Paulo realizaram na noite desta segunda-feira o primeiro debate, de uma série de quatro, sobre propostas de políticas públicas para a capital. No encontro, na zona norte da cidade, os secretários Bruno Covas, Andrea Matarazzo e José Aníbal, e o deputado Ricardo Trípoli, aproveitaram para ressaltar que o PSDB terá candidato próprio nas eleições municipais de 2012. E defenderam que o nome seja decidido nas prévias internas do partido.

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Único pré-candidato a levar torcida e faixas, o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, lembrou uma frase do ex-governador Franco Montoro na fundação do PSDB, em 1988: "Longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas, nasce um novo partido". Para Covas, a necessidade de prévias internas no PSDB é uma demanda que vem da militância. "Nós queremos prévias. Nós queremos escolher o nosso candidato a prefeito (...) Aqueles que estão perto das benesses e longe das ruas ficam anonimamente tentando desestabilizar o processo, mas não vão conseguir", disse.

Os pré-candidatos tucanos Trípoli, Matarazzo, Aníbal e Covas
AE
Os pré-candidatos tucanos Trípoli, Matarazzo, Aníbal e Covas


O deputado Ricardo Trípoli também ressaltou a necessidade da votação interna e criticou o PT por ter desistido das prévias pela pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. "O que nos dá a maior satisfação é o fato de iniciarmos este processo de forma desacreditada. Diziam 'vocês estão na contramão da história'. Quem está na contramão é o partido adversário", afirmou.

Enquanto os discursos no palco reforçavam a necessidade de prévias, nos corredores pairava a dúvida sobre uma eventual candidatura de última hora do ex-governador José Serra , que tem repetido não ter intenção de concorrer em 2012. Ainda assim, caso Serra se torne o candidato do PSDB – o que unificaria o partido e eliminaria a necessidade de prévias –, todo o processo, incluindo os debates, poderá ter sido em vão. "Com Aécio Neves (senador e pré-candidato à Presidência) dominando o partido por cima e Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) dominando no Estado, Serra não terá alternativa senão sair para prefeito. E pode acabar com uma máquina de R$ 30 bilhões ao ano", analisa um tucano.

A não realização de prévias frustraria grande parte da militância tucana. Para a representante da zona norte na Executiva Municipal do PSDB, Sandra Santana, o partido deveria "dar o exemplo" para outros partidos, que escolhem candidatos de forma "antidemocrática" e "ilegítima". "Outra política partidária é possível", defende. Segundo ela, militantes tucanos trabalharam nas noites de sábado para elaborar um documento apresentado aos pré-candidatos com sugestões de políticas públicas para a região.

Discurso de oposição

O prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (PSD), que assumiu o cargo após a saída de José Serra, em março de 2006, foi alvo dos pré-candidatos. Com exceção de Trípoli, os pré-candidatos lançaram diversas críticas ao prefeito.

O secretário de Estado de Cultura, Andrea Matarazzo, criticou a falta de planejamento por parte da atual gestão. Ele lembrou a péssima qualidade dos pontos de ônibus, da iluminação, do saneamento, e ressaltou a falta de fiscalização. Matarazzo, ex-secretário de Subprefeituras, também ressaltou o enfraquecimento das subprefeituras. Já o secretário de Estado de Energia, José Aníbal, lembrou a incapacidade da atual gestão em solucionar o problema da chamada Cracolândia, região central da cidade conhecida pelo livre comércio e consumo de crack e outras drogas.