Médico de formação e graduado em Gestão Hospitalar, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior tem o desafio de ser o sétimo diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (IgesDF). Sob sua responsabilidade estão o Hospital de Base , o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e várias Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) espalhadas por todo o Distrito Federal.
Com unidades de tamanha importância, o IgesDF realiza, atualmente, quase 23% dos procedimentos de toda a rede. E vem obtendo resultados positivos. “Gerir saúde pública, hoje, é complexo, ainda mais com questão da universalização do SUS, que é uma demanda que não se pode quantificar” , afirma. Para garantir mais eficiência, a solução foi buscar modelos que atendam melhor à população.
“Eu trouxe como modelo de gestão a governança clínica. Hoje temos fontes diferentes de recursos na saúde. Nos hospitais privados, as fontes são as operadoras de planos de saúde. Nas unidades públicas, o dinheiro público. Mas a engrenagem dos hospitais e a busca de eficiência tem de ser a mesma. A governança clínica é um modelo desenhando na Inglaterra, em 1997, e o SUS é espelhado neste modelo inglês. Ela tem sete pilares, entre eles auditoria clínica, gestão de pessoas, eficiência e efetividade, entre outros” , explica.
Criado para dar facilidade na contratação de profissionais e na compra de insumos, o IgesDF mantém, segundo o diretor-presidente, um corpo clínico mais sedimentado e sem um turn-over grande. Mas ele reconhece que mesmo com esta facilidade, há problemas. “O governador Ibaneis (Rocha) e a secretária (de Saúde) Lucilene (Florêncio) determinaram que abríssemos mais UPAs com pediatria, mas não conseguimos captar o profissional, mesmo abrindo processos seletivos. Com isso, não conseguimos fechar as escalas” , conta.
Além da agilidade, a tecnologia tem sido aliada neste processo de modernização das unidades geridas pelo IgesDF. “Nós temos buscado mais transparência para a população. Hoje, temos nas UPAs a escala dos profissionais que ali estão e queremos deixar isso de maneira eletrônica. Além disso, criamos um painel no qual o cidadão consegue, antes de sair de casa, saber o tempo de espera. Essa facilidade nos deu um prêmio nacional. O feedback da população é bastante positivo” , acrescenta, anunciando novidades nesta área.
“Esperamos brevemente ter agendamento de consulta on-line para o cidadão. Estamos também desenvolvendo um aplicativo para o IgesDF com várias funcionalidades e vamos implantar a telemedicina. Com estes três pilares, traremos mais comodidade e transparência para o paciente” , conta.
A tecnologia foi, também, uma aliada na crise da dengue. “Hoje, temos painéis que mostram os atendimentos em tempo real. Com eles, conseguimos observar os pacientes positivados por semana e por UPA e o número dos atendimentos, para fazer um reforço de recursos humanos, colocando mão de obra extra e fazendo um giro de leitos maior” , detalha.
Sobre a doença, o diretor-presidente do IgesDF revela que a rede de saúde da Capital foi surpreendida como um todo. Segundo Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, o sorotipo dengue 2 veio muito mais agressivo na epidemia deste ano. “A taxa de conversão de internação foi maior, o que gerou uma sobrecarga em todo o sistema de saúde do DF, tanto público quanto privado. Por isso, foi importante receber o Hospital da Cidade do Sol” , avalia. Com a facilidade do terceiro setor na contratação de pessoal e na compra de insumos e medicamentos, a crise naquela região foi encarada de forma diferente.
“Assumimos a unidade com 23 leitos ativso e, em menos de 24 horas, já estávamos com 40 leitos ativos e hoje estamos com 60 leitos e mais de 2 mil pacientes atendidos durante o período da dengue. O Hospital da Cidade do Sol é um case de sucesso, e que a população de Ceilândia e do Sol Nascente pode atestar isso. E nós recebemos um selo de excelência equivalente a de um hospital privado” , completa.
Na entrevista ao GPS Brasília , cuja íntegra o leitor assiste abaixo, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior adianta que, após o mutirão oncológico das unidades públicas do ano passado, o problema voltou a aparecer. Por isso, está sendo preparado uma nova ação para zerar a fila de consultas, que já chega a 600 pessoas. Mas ele faz um importante alerta, com boas notícias para ps pacientes e familiares.
“Na oncologia, não adianta priorizar a primeira consulta se o paciente não vai conseguir fazer quimioterapia ou radioterapia em tempo hábil. Então, o Base começou a obra de um novo centro de fusão, onde são aplicadas as quimioterapias. E conseguimos, através de emendas e de convênios com o Ministério da Saúde, mais dois aceleradores lineares, para a radioterapia. Nos próximos meses, o Base vai avançar muito no tratamento oncológico” , conclui.
Assista a entrevista de Juracy Cavalcante Lacerda Júnior na íntegra.
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