O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, foi interrogado na manhã desta sexta-feira pela polícia fazendária no contexto de uma investigação sobre suspeitas de corrupção, informou uma fonte policial.
O mistério que paira sobre estes interrogatórios, com anúncio repentino na noite de quinta-feira e vazamentos na imprensa sobre a gravidade das suspeitas abalaram novamente a imagem de um premier já pouco popular.
"O primeiro-ministro foi interrogado por uma equipe de investigadores dirigida pelo chefe do departamento fazendário, Shlomi Ayalon", declarou à AFP o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, sem dar mais detalhes.
O interrogatório, que durou uma hora, foi realizado na residência de Olmert.
Segundo a rádio pública, o premier foi ouvido como suspeito em casos de corrupção após um "desenrolar importante" das investigações, que teria acontecido nestes últimos dias.
Esta situação faz pesar "suspeitas graves", afirmou a rádio pública, que ligou o novo acontecimento ao interrogatório, nestes últimos dias, de Shoula Zaken, ex-diretora de gabinete de Olmert.
Zaken está sendo investigada por supostamente ter se aproveitado de suas relações para nomear altos funcionários dos serviços fiscais, com o objetivo de conseguir isenções para parentes e amigos.
A pedido da polícia, a justiça israelense impôs um silêncio total sobre o caso, proibindo a publicação de informações sobre o conteúdo da investigação.
A presidência, por sua vez, afirmou num comunicado entregue à imprensa na noite de quinta-feira que o chefe de governo "responderá às perguntas dos investigadores, como sempre fez no passado", e que "suas respostas permitirão absolvê-lo de qualquer suspeita".
De acordo com o jornal israelense Yediot Aharonot, Olmert também é suspeito de ter recebido subornos de um empresário americano.
Segundo o jornal, trata-se de um novo caso, anterior à designação de Olmert para o cargo de primeiro-ministro, em 2006, mas do qual a polícia só teve conhecimento recentemente.
"Suspeita-se de que primeiro-ministro tenha recebido durante um longo período subornos importantes em dinheiro de um empresário americano que tem negócios em Israel", escreveu o jornal.
A informação não foi confirmada pela polícia.
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