Paleontólogos extraem fóssil de Qunkasaura na Espanha
GBE-UNED
Paleontólogos extraem fóssil de Qunkasaura na Espanha

Uma nova espécie de dinossauro foi descoberta na Espanha, conforme anunciou o arqueólogo Pedro Mocho, da Universidade de Lisboa, Portugal, nesta quarta, 4.

O estudo foi publicado na revista científica Communications Biology. Os fósseis foram recolhidos na região de Cuenca.

As descobertas mostram que trata-se de um dinossauro saurópode, que tem cabeça e cauda compridos, cabeça pequena e membros grossos. Foram, também, os maiores animais da Terra - a foto deste fóssil, por exemplo, mostra que apenas arcada dentária é maior que dois homens.

O animal recebeu o nome de Qunkasaura pintiquiniestra; a espécie teria vivido há cerca de 75 milhões de ano, no período Cretáceo Superior. Alguns dos dinossauros conhecidos dessa época são o T-Rex, Velociraptor e Triceratops.

Os fósseis analisados fazem parte de uma coleção de mais de 12 mil fósseis coletados em 2007 no sítio de Lo Hueco. Na época, o local foi escavado para dar espaço ao trem de alta velocidade Madri-Levante, que vai da capital ao mediterrâneo.

Esqueleto quase completo

O fóssil do animal chamou atenção pela qualidade em que se encontrava. Ele foi um dos esqueletos de saurópode mais intactos vistos na Europa: tinha vértebras cervicais, dorsais, caudais, parte da cintura pélvica e pedaços dos membros.

As descobertas podem ajudar a entender melhor os dinossauros não-avianos (os não-relacionados a aves) que viviam na área de Portugal e Espanha. Até hoje, há poucos dados e conclusões sobre o grupo.


Nova espécie de dinossauro

Qunkasaura pintiquiniestra recebeu o nome como alusão a diversos fatores culturais: Qunka vem do nome geográfio da região de Cunca e Fuentes; “saura” é de lagarto, e Pintiquiniestra relembra uma rainha gigante de Dom Quixote, livro de Miguel de Cervantes, espanhol.

“O estudo deste novo exemplar permitiu-nos identificar pela primeira vez a presença de duas linhagens distintas de saltassauroides na mesma localidade fóssil”, disse o paleontólogo Mocho em comunicado.

Próximo ao dinossauro citado acima, foram encontrados fósseis da família Lirainosaurinae, conhecida na região (são animais de pequeno e médio porte). Já os Qunkasaura sp. são médios ou grandes e bastantes raros na Europa.

Até onde se sabe, Cuenca é o único local que os dois grupos teriam convidido, porque as teorias de origem deles são em hemisférios diferentes.

“Felizmente a jazida de Lo Hueco preserva vários outros esqueletos de dinossauros saurópodes que ainda esperam para ser identificados. É possível que novas espécies apareçam entre eles, o que pode nos ajudar a completar a lacuna sobre como estes animais evoluíram”, animou-se Mocho.

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