Por Mohammed Assadi RAMALA, Cisjordânia (Reuters) - Mahmoud Darwish, cuja poesia traduziu a causa Palestina, receberá o equivalente a um funeral de Estado na Cisjordânia na terça-feira --honraria oferecida anteriormente apenas ao líder da Organização pela Libertação da Palestina Yasser Arafat.
O escritor de 67 anos morreu no sábado em Texas, Houston, de complicações desencadeadas por uma cirurgia de coração.
'Ele traduzia a dor dos palestinos de forma mágica. Ele nos fazia chorar e nos fazia feliz e mexia com nossas emoções', disse o poeta egípcio Ahmed Fouad Negm.
'Além de ser o poeta da ferida palestina, que está machucando todos os árabes e todas as pessos honestas no mundo, ele é um poeta magistral', disse Negm à Reuters no Cairo.
O funeral de Darwish em Ramala será o primeiro patrocinado pela Autoridade Palestina desde que Arafat morreu em 2004.
O presidente palestino Mahmoud Abbas decretou três dias de luto nacional. Pessoas se aglomeraram no sábado à noite nas ruas de Ramala segurando velas e chorando.
O poeta residia na Cisjordânia desde que retornou, em 1990, de um longo período de exílio durante o qual ganhou proeminência na OLP de Arafat.
'A questão palestina, na poesia de Mahmoud Darwish, não era mais uma lenda, mas uma história sobre pessoas feitas de carne, sangue e sentimentos', disse Zehi Wahbi, apresentador de televisão e poeta libanês, amigo de Darwish.
Considerado o poeta nacional da Palestina, o trabalho de Darwish foi largamente traduzido. Ele ganhou novas gerações de admiradores com poemas que evocavam não apenas a dor dos palestinos deslocados, mas também paradoxos sutis e temas humanos mais amplos.
Ele desfrutava de grande popularidade no mundo árabe, onde tinha um nível de leitura de fazer inveja a poetas contemporâneos que escrevem em inglês e outras línguas européias, normalmente eclipsados por romancistas.