LA PAZ (Reuters) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta quinta-feira aceitar um referendo revogatório que pode colocar fim ao mandato do primeiro governante indígena do país em apenas três meses.
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Num gesto surpreendente, o Senado boliviano aprovou na quinta-feira a convocação de um referendo revogatório sobre os mandatos do presidente Evo Morales, do vice-presidente Alvaro García e dos nove governadores regionais, o que deve agravar a crise política no país.
Os referendos simultâneos serão realizados dentro de 90 dias, desde que Morales não vete a lei sancionada em segunda votação e sem aviso prévio pelo Senado, que é controlado pela oposição. O próprio Morales havia proposto a realização dessa votação em dezembro, mas a tramitação do projeto estava parada desde janeiro.
'As confrontações continuam, e isso será um alerta aos prefeitos [governadores], às autoridades, a todos, para que vejam que é necessário buscar um consenso', disse a jornalistas o líder da bancada oposicionista no Senado, Roger Pinto.
O porta-voz presidencial Iván Canelas admitiu horas antes do pronunciamento de Morales que o governo estava surpreso com a aprovação, já que esperava uma notificação oficial prévia.
Segundo a lei aprovada, Morales perderá o seu mandato se os votos contra si superarem tanto em número quanto em percentual a votação que ele obteve nas eleições que venceu em dezembro de 2005.
(Por Carlos Alberto Quiroga)
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