O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, afirmou que o bloco deve adotar uma postura "flexível" em relação à resposta do Brasil e do Mercosul sobre as exigências ambientais do bloco.
Em sua recente viagem a Bruxelas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atual mandatário pro tempore do Mercosul, rejeitou supostas pressões da UE e anunciou que em duas ou três semanas o Mercosul vai apresentar uma contraproposta ao instrumento adicional europeu sobre meio ambiente.
"Agora estamos à espera da proposta dos países do Mercosul, que será analisada com grande flexibilidade para tentar encontrar um ponto em comum. Uma negociação é assim: você apresenta uma proposta máxima e sabe que a outra parte vai reduzir sua proposta", disse o representante da UE em entrevista à rede Bandeirantes na quinta-feira (20).
O diplomata, no entanto, afirmou que a UE não está pressionando o Brasil e o Mercosul através do instrumento adicional. "Não é uma cobrança, todos temos que responder ao desafio [ambiental]. A UE não quer cobrar, quer ajudar", garantiu.
Ybáñez ainda elogiou o "compromisso do presidente Lula" na luta contra o desmatamento da Amazônia e manifestou satisfação com a "reunião muito positiva" entre UE e Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Bruxelas, onde houve um "impulso político" para avançar nas negociações sobre o acordo de livre comércio com o Mercosul.
"Para todos nós, é uma oportunidade única poder fechar um acordo entre duas regiões que compartilham valores, história e a forma de nos desenvolver", acrescentou.