O presidente conservador do Equador, Guillermo Lasso , decretou nesta quarta-feira (17), a dissolução do Congresso por "grave crise política", encerrando assim o processo de impeachment que estava em andamento com a intenção de destituí-lo do cargo.
O chefe de Estado, que enfrenta um julgamento político por suposto peculato, ordenou "dissolver a Assembleia Nacional por grave crise política e comoção interna", afirma o documento divulgado pela presidência.
Quem é Guillermo Lasso; presidente dissolve parlamento no Equador
Guillermo Lasso é banqueiro e representante da elite conservadora, que conquistou vitória nas eleições presidenciais do Equador ao derrotar seu oponente de esquerda, que era apoiado pelo ex-presidente Rafael Corrêa.
Em sua terceira tentativa, Lasso expandiu sua base de eleitores além da direita tradicional e superou a aliança ligada ao ex-presidente Rafael Correa.
Lasso é membro do Opus Dei e disse em seu discursou, após vitória nas urnas, que os equatorianos estariam expressando "sua necessidade de mudança e o desejo de dias melhores para todos" .
Durante a campanha, sua bandeira foi enfatizar a difícil missão pois, segundo ele, a falta de liquidez do governo nacional, era o maior desafio. O Equador estaria com reservas de apenas US$ 400 milhões que dariam para cobrir apenas 20% dos gastos mensais.
Um fator-chave para a vitória do ex-banqueiro e empresário conservador foi o descontentamento em relação ao ex-presidente Rafael Correa, que apoiou o oponente de Lasso.
Muitos eleitores que não votaram em Lasso no primeiro turno mudaram de ideia e optaram por apoiá-lo no segundo turno.
Distribuição de cadeiras na Assembleia Nacional
Apesar da vitória, o partido de Lasso, o Movimento Político Criando Oportunidades (Creo), possuía apenas 12 assentos na Assembleia Nacional, juntamente com 19 cadeiras da principal sigla aliada, o Partido Social Cristão . Enfrentando o correísmo , que possui 48 deputados.
Lasso é conhecido como um banqueiro e empresário que começou a trabalhar aos 15 anos na Bolsa de Valores de Guayaquil , após uma origem familiar humilde.
Já cupou posições de destaque, incluindo a presidência do Banco de Guayaquil por quase 20 anos e a liderança da Associação de Bancos Privados do Equador.
Lasso é defensor da dolarização da economia equatoriana e mostrou-se disposto a debater a descriminalização do aborto, apesar de ser contra essa medida pessoalmente.
Em declaração após o decreto que dissolveu o Parlamento, Lasso defendeu sua decisão:
"Equatorianas e equatorianos, esta é a melhor decisão para dar uma saída constitucional à crise política e à comoção interna que o Equador vem enfrentando e para devolver ao povo equatoriano o poder de decidir seu futuro nas próximas eleições", declarou.
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