Cazaquistão
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O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, afirmou nesta segunda-feira (10) que os  protestos ocorridos na última semana no país foram uma "tentativa de golpe de Estado" e não atos que criticavam o aumento de preço nos combustíveis.

"Militantes armados que esperavam nas esquinas se uniram aos protestos. O objetivo era óbvio: minar a ordem constitucional, a destruição das instituições governamentais e a tomada do poder. Foi uma tentativa de golpe de Estado", afirmou à imprensa.

A ex-república soviética viveu quase uma semana de protestos por conta da alta do preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), em atos que se espalharam por todo o país. Para finalizar com essas manifestações, as forças de segurança usaram a violência extrema e tropas russas também chegaram à nação para ajudar os cazaques.

Tokayev ainda voltou a falar sobre a sua declaração polêmica de que os soldados "deveriam atirar para matar" quem não saísse das ruas. Segundo o mandatário, as forças de segurança "jamais disparariam" contra manifestantes pacíficos.

Segundo informações da mídia local, que é controlada pelo Estado, 165 manifestantes morreram nos atos, além de 16 policiais. Centenas de pessoas foram internadas, algumas em situação crítica, e 7.989 foram presos.

O Cazaquistão é o maior produtor de petróleo da região e responde por cerca de 60% da produção local. Desde que deixou a União Soviética, porém, o país nunca virou uma democracia, tendo apenas dois presidentes desde 1991.

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Repercussão internacional

Os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da China, Serghei Lavrov e Wang Yi, respectivamente, emitiram um comunicado oficial em que afirmam que houve "interferência de forças externas, incluindo o uso de mercenários estrangeiros para organizar ataques a cidadãos pacíficos e forças de ordem e para ocupar edifícios governamentais".

Sem citar nomes, os dois países acusam os Estados Unidos de estarem por trás dos protestos, algo negado por Washington.

Também nesta segunda-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que as suas tropas ficarão no Cazaquistão "por tempo limitado" até que a ordem constitucional seja retomada.

Quem se manifestou ainda foi o presidente do Conselho da União Europeia, Charles Michel, que telefonou para Tokayev para falar sobre a crise.

"Nós discutimos os últimos desenvolvimentos no país. Expressei minhas condolências pela perda de vidas humanas em ocasião do dia de luto no Cazaquistão e destaquei a importância da parceria UE-Cazaquistão e o apoio à soberania, à segurança e à estabilidade no pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais", afirmou Michel.

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