Luigi Di Maio durante cúpula da coalizão anti-EI, em Roma, 28 de junho
Foto: ANSA
Luigi Di Maio durante cúpula da coalizão anti-EI, em Roma, 28 de junho

Estado Islâmico  ameaçou "entrar" em Roma e citou pela primeira vez o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio , que presidiu recentemente uma reunião da coalizão internacional contra o grupo terrorista.

A ameaça está na mais recente edição do Al-Naba , jornal de propaganda do EI, publicada nesta semana. No texto, o Estado Islâmico destaca a preocupação da "aliança dos cruzados" com a presença do grupo na África, especialmente no Sahel, cinturão árido situado ao sul do deserto do Saara.

"O ministro das Relações Exteriores italiano admitiu que não basta combater o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, mas que é preciso olhar para outras regiões, sustentando que a expansão do Estado Islâmico na África e no Sahel levanta preocupação", diz o texto.

"Não é por acaso que os cruzados e seus aliados se encontrem na Roma cruzada, e não há dúvidas de que os temores de Roma sejam justificados, uma vez que ela ainda está na lista dos principais alvos dos mujahidin [combatentes da jihad, a guerra santa islâmica]", acrescenta.

Segundo o texto, os mujahidin ainda "aguardam o cumprimento da promessa de Deus onipotente". "Essa é Jerusalém, aquela é Roma, e nós entramos nela", promete o grupo.

Reunião

A cúpula da coalizão anti-EI foi realizada em Roma no fim de junho, quando Di Maio propôs a criação de um grupo de trabalho para enfrentar a presença de jihadistas na África.

"A ameaça do EI é alarmante no continente africano, especialmente no Sahel, mas também em áreas da África Oriental, como o norte de Moçambique", disse o ministro.

Após a divulgação das ameaças do Estado Islâmico, o premiê da Itália, Mario Draghi, expressou "pleno apoio e profunda solidariedade a Di Maio". "A conferência presidida por ele foi um sucesso. O governo segue empenhado no combate ao terrorismo", garantiu.

O senador de extrema direita Matteo Salvini, ex-aliado e hoje rival do ministro das Relações Exteriores, também declarou "solidariedade contra qualquer tipo de ameaça e intimidação".

"Vamos nos empenhar ainda mais para que o EI e o extremismo islâmico sejam erradicados de uma vez por todas", acrescentou.

Já o ex-premiê Enrico Letta, líder da centro-esquerda na Itália, disse que as ameaças do grupo terrorista são "intoleráveis". O EI já fez diversas ameaças contra Roma, considerada pelos jihadistas como símbolo do cristianismo e dos "cruzados", já que abriga o Vaticano.

No entanto, até hoje a Itália não sofreu nenhum atentado terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico. 

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