O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, declarou que é difícil imaginar que a União Europeia ratifique o pacto de livre comércio com o Mercosul enquanto o Brasil não controla os incêndios que destroem a floresta amazônica.

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Donald Tusk
Reprodução/Twitter - @eucopresident
Donald Tusk

Durante seu discurso, porém, Tusk disse que existe o interesse do bloco europeu em um acordo com os países da América do Sul. “É claro que apoiamos o acordo entre a UE e o Mercosul (...) mas é difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro permite a destruição da Amazônia”, destacou Tusk ao chegar em Biarritz, no sudoeste da França, para a cúpula do G7.

Na véspera, os governos da França e da Irlanda disseram que votariam  contra o acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos. O comunicado francês foi duro em suas críticas, afirmando que o presidente Jair Bolsonaro mentiu sobre suas promessas relacionadas ao meio ambiente, firmadas na última reunião do G-20, no Japão.

Diante deste cenário, o diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero destacou que existe, realmente, a possibilidade de o acordo não ser concretizado. Na avaliação de Ricupero, a partir do momento em que dois países posicionam-se contrários ao pacto entre os dois blocos, a situação fica mais complicada.

Enquanto a crise entre Mercosul e União Europeia permanece, o bloco sul-americano assinou um outro tratado comercial, desta vez com a EFTA, formada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O novo acordo foi fechado na sexta-feira (23), em Buenos Aires, na Argentina. EFTA é a sigla para Associação Europeia de Livre Comércio.

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O presidente Jair Bolsonaro , que passou o dia sendo alvo de críticas de líderes internacionais, principalmente do francês Emmanuel Macron, foi um dos que mais celebraram o novo acordo. "Mais uma grande vitória de nossa diplomacia comercial", exaltou o mandatário. Na quinta-feira (22), França e Irlanda ameaçaram não ratificar o acordo entre UE e Mercosul , que demorou 20 anos para ser negociado e foi fechado em junho.

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