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Acusada de desobediência e violência, Carola Rackete foi presa ao aportar no porto de Lampedusa, na Itália; comunidade internacional pede sua soltura

Navio da ONG Sea Watch
Sea-Watch
Navio de ONG resgatou mais de 50 migrantes em frente à costa da Líbia

A capitã do barco Sea Watch, Carola Rackete, que foi presa ao atracar na Itália, afirmou neste domingo que desobedeceu a ordem e  aportou no país europeu por temer um suicídio em massa dos imigrantes que havia resgatado.Rackete foi detida e acusada de resistência ou violência contra umnavio de guerra, por desobedecido a ordem das autoridades e se dirigir para o cais.

"Não foi um ato de violência, somente de desobediência. Era uma situação desesperada, meu objetivo era unicamente levar à terra pessoas exaustas e desesperadas. Eu tinha medo", disse Rackete, acrescentando que temia que os migrantes tentassem se matar atirando nas águas, já que não sabem nadar.

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Rackete manteve o barco por três dias nos arredores de Lampedusa e depois atracou no porto da cidade à revelia das autoridades italianas, que deflagram uma dura política de restrição à migração , encampada sobretudo pelo ministro do Interior italiano de extrema direita  Matteo Salvini.

"Eu não queria bater na lancha dos agentes das aduanas, minha intenção não era colocar ninguém em perigo, já me desculpei e me desculpo de novo", afirmou Rackete .

A manobra da capitã não causou feridos e, ao final, o barco humanitário pode desembarcar os cerca de 40 imigrantes que resgatou 17 dias antes em frente à costa da Líbia. Devido à medida, Rackete pode ser condenada a uma pena de três a 10 anos de prisão.

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"Não tinha o direito de obedecer, me pediam que eu levasse os migrantes para a Líbia. Mas, do ponto de vista da lei, são pessoas que fogem de um país em guerra, a lei proíbe que sejam levados para lá", disse Rackete.