Cristina Kirchner deixou o poder, em 2015, entrou na mira da Justiça e já está respondendo a cinco processos
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Cristina Kirchner deixou o poder, em 2015, entrou na mira da Justiça e já está respondendo a cinco processos

A ex-presidente da Argentina e senadora Cristina Kirchner teve um pedido de prisão preventiva feito pelo juiz federal Claudio Bonadio nesta segunda-feira (17). O magistrado também pediu a prisão de ex-integrantes do seu governo e de empresários suspeitos de pagar propina e por formação de quadrilha.

As acusações envolvem o setor de construção civil e obras públicas realizadas nos mandatos de Cristina Kirchner e do marido, já morto, Néstor Kirchner. O processo ganhou o apelido de “ cadernos de corrupção ”, porque as investigações identificaram várias anotações, cuidadosamente descritas.

Como Cristina é parlamentar e dispõe de foro privilegiado, só poderá ser detida se dois terços dos senadores aprovarem a perda de imunidade. Não há data para essa votação ocorrer.

Desde que o escândalo de corrupção veio à tona, no começo de agosto, vários empresários e ex-funcionários do governo acusados fizeram acordos de delação premiada e reconheceram a existência das propinas e o envolvimento de Cristina e Néstor em esquemas escusos.

No último dia 23, a Polícia Federal da Argentina (PFA) realizou uma revista no apartamento da ex-presidente, em Buenos Aires. Um dia antes, Bonadio pediu a retirada do foro privilegiado de Kirchner e a sua detenção, além da autorização para realizar buscas em suas propriedades.

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Ele tem o apoio das bancadas governistas, mas o governo do presidente Mauricio Macri não tem maioria no Congresso. Os senadores oposicionistas só deram quórum para a votação, depois de terem recebido, na véspera, uma carta da própria ex-presidente, aceitando a busca.

Kirchner, primeira mulher eleita e reeleita presidente da Argentina, sucedeu o marido e ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007). Juntos, eles governaram o país durante 12 anos. Desde que ela deixou o poder, em 2015, entrou na mira da Justiça e já está respondendo a vários processos, a maioria deles por corrupção.

Em discurso, a ex-presidente disse ser vítima de perseguição politica e questionou a autenticidade dos “ cadernos de corrupção ”. Trata-se de oito cadernos, usados por um ex-motorista do Ministério do Planejamento, para anotar todas as viagens feitas por ele ao longo de dez anos, para entregar sacolas com milhares de dólares - supostamente propinas pagas por empresários e ex-funcionários do governo, para obter concessões de obras públicas.

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Os cadernos desencadearam uma série de buscas e prisão de ex-funcionários do governo de  Cristina Kirchner  e mais de 20 empresários, muitos dos quais estão fazendo delação premiada.

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