O protesto contra Donald Trump e sua política migratória na fronteira com o México levou centenas de mulheres às ruas
Reprodução/Twitter Susan Sarandon
O protesto contra Donald Trump e sua política migratória na fronteira com o México levou centenas de mulheres às ruas

A polícia dos Estados Unidos prendeu nessa quinta-feira (28) aproximadamente 600 mulheres em um protesto contra Donald Trump e suas políticas migratórias. A manifestação acontecia na capital Washington, na calçada do prédio do Senado, quando foi reprimida pelas autoridades locais, que detiveram inclusive a atriz Susan Sarandon, que participava do ato.

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O protesto contra Donald Trump foi considerado “ilegal” pela Polícia do Capitólio, que levou 90 minutos para prender todas as pessoas que se manifestavam e entoavam frases como “nós nos importamos”, em referência à jaqueta usada pela primeira-dama Melania Trump, e “os imigrantes são bem-vindos aqui”. As mulheres estavam em sua maioria usando roupas brancas e usavam cobertores de papel alumínio, como os oferecidos às crianças separadas dos pais na fronteira.

A manifestação foi organizada pelo Centro da Ação Democrática Popular e também pela Marcha das Mulheres, que pediam pelo fim da prisão das famílias de imigrantes e também propunham a abolição da agência governamental de Imigração e Alfândega do país (ICE), além da criação de um processo para que pais e filhos pudessem ser reunidos.

Líder do Campo de Operações e Estratégias da Marcha das Mulheres, Mrinali Chakraborty declarou que a escolha pelo local do ato foi uma medida necessária para promover mudanças. “Um ato de massa de desobediência civil, sem violência, parece ser a maneira certa de mandar ondas de choque através do sistema. Só marchar não é mais suficiente”, ela ainda completou que o risco da prisão era um risco necessário.

As autoridades declararam que todas as  mulheres presas  foram indiciadas e soltas, sendo que poderiam pagar a multa recebida 24 horas após a detenção. Não há informações sobre o teor da multa e seu valor.

Mais um protesto contra Donald Trump

Uma das mulheres detidas nessa quinta-feira foi a democrata Pramila Jayapal, que publicou um vídeo dizendo: “eu acabei de ser presa com um grupo de mulheres protestando contra uma polícia de ‘tolerância zero’ que é desumana e cruel. Essa questão é sobre certo e errado. Temos que nos levantar”.

Ela também usou seu perfil no Twitter para criticar as  políticas migratória e convocar as pessoas para um novo protesto. Ele deve acontecer neste sábado (30) e mobilizar milhares de pessoas ao redor do país em nome do movimento #FamiliesBelongTogether, traduzido como “famílias devem ficar juntas”.

As novas políticas migratórias dos Estados Unidos

Os protestos contra Donald Trump foram motivados pelas políticas migratórias aplicadas nas fronteiras dos EUA
Reprodução/Twitter
Os protestos contra Donald Trump foram motivados pelas políticas migratórias aplicadas nas fronteiras dos EUA


A série de protestos segue uma questão definida há cerca de dois meses, quando os EUA colocaram em prática a polêmica política de "tolerância zero" que atua contra a imigração ilegal. Desde então,  o governo norte-americano separou 2.575 menores de seus pais que atravessaram a fronteira do país com o México.

Nas últimas semanas, o presidente Donald Trump chegou a aprovar uma ordem executiva que suspendia a separação das famílias na fronteira. No entanto, nada foi mencionado sobre as medidas que seriam tomadas para reunir as crianças que já haviam sido separadas dos pais. Apenas 522 crianças voltaram para seus responsáveis desde então, já que a determinação está enfrentando problemas burocráticos e logísticos.

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"Poderosa e bonita ação com centenas de mulheres dizendo que demandam a reunificação de famílias separadas pela política imoral da ICE. Isso é como uma democracia se parece", escreveu a atriz Susan Sarandon, presa durante um  protesto contra Donald Trump , em seu perfil no Twitter.

*Com informações da Agência Ansa

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