Bombardeios em Ghouta, na Síria, durante esta semana, deixaram mais de 500 mortos, sendo 121 crianças
Reprodução/The Guardian
Bombardeios em Ghouta, na Síria, durante esta semana, deixaram mais de 500 mortos, sendo 121 crianças

As forças do governo sírio já mataram mais de 500 civis durante  uma semana de intenso bombardeio na região de Ghouta , a leste da capital da Síria, Damasco. O balanço foi realizado pela organização não governamental Observatório Sírio pelos Direitos Humanos (Sohr, na sigla em inglês), que ainda apontou que, entre os mortos, 121 crianças.

A região de Ghouta é controlada por grupos armados de oposição e tem sido alvo de diversos ataques pró-governo de Bashar al-Assad. Só neste sábado (24), segundo o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, os bombardeios mataram 21 civis. O Conselho de Segurança da ONU está trabalhando para fazer um acordo de cessar-fogo na Síria . No entanto, a Rússia, que apoia o governo sírio, tem emperrado as negociações.

A incursão violenta do regime tem sido realizada desde o último domingo, resultando em chacina pior do que a vista na cidade histórica de Aleppo, segundo aponta a Sohr.

 “É uma chacina pior do que aquela de Aleppo. Sete anos de guerra levaram o páis ao colapso. Em Ghouta Oriental, onde vivem 95% dos sírios sob assédio hoje, faltam serviços fundamentais, como escolas e hospitais, e bens de primeira necessidade, como comida, água e remédios", critica o porta-voz da Unicef na Itália, Andrea Iacomini, em nota.

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“Não é guerra, é massacre”

Na segunda-feira, cinco hospitais foram bombardeados pelas forças pró-governo. “Estamos diante do massacre do século 21”, defende um médico no leste de Ghouta ao jornal The Guardian.

E acrescenta: “Pouco tempo atrás, uma criança veio a mim com a pele azulada, respirando muito mal, a boca cheia de areia. Esvaziei-a com as minhas mãos. Não encontraremos respostas sobre o que fazer com isso em nenhum livro médico. Uma criança ferida respirando com pulmões cheios de areia”.

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A região de Ghouta é aquela atingida por um ataque químico com gás sarin, que deixou mais de 1,3 mil mortos em 2013, de acordo com profissionais de saúde da região. O uso desse tipo de arma é visto como um crime de guerra por organismos de controle de direitos humanos. Na época, o regime da Síria também usou aviões de combate e bombardeio de artilharia contra a população local.

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