Grafites em muro de Bahrein ilustram os opositores presos após a revolta de 2011
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Grafites em muro de Bahrein ilustram os opositores presos após a revolta de 2011

Um tribunal no Bahrein, país árabe próximo à Arábia Saudita, condenou o ativista político Nabeel Rajab a cinco anos de prisão por um motivo bastante inesperado: ele postou comentários na internet denunciando a atuação dos sauditas na guerra do Iémen, que teve início em 2015, e criticou a banalização do aprisionamento em seu país – do qual, agora, se tornou vítima. A informação é da rede de TV Al Jazeera.

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Os acusadores de Rajab justificaram a condenação afirmando que ele “disseminou falsos rumores em tempo de guerra”, “ofendeu países estrangeiros” e “insultou a lei” do país – os três são crimes previstos na lei do Bahrein.

No comentário em que tratava da participação da Arábia Saudita nos conflitos no Iêmen, Rajab criticou a “destruição e o horror” causados no país, atribuindo ao país vizinho os atos de guerra. Publicamente, a Arábia Saudita nega envolvimento no conflito, que já vitimou ao menos 12 mil pessoas em combates – já a crise humanitária decorrente da guerra matou, ao menos, dois mil civis.

Presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos, Dimitris Christopoulos classificou a sentença como “ultrajante”. Para ele, ela mostra que não há espaço no país para manifestações pacíficas que discordem da postura do governo.

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“Nabeel Rajab não é um criminoso, é um proeminente ativista e defensor de presos políticos”, disse. O órgão internacional pediu que o governo do Bahrein liberte imediatamente Rajab e outros ativistas.

A Organização Mundial Contra a Tortura também se manifestou. Para a associação, a prisão é injusta e “surreal”.

Desde junho de 2016, Rajab se encontra preso em cela solitária, embora, de acordo com as instituições internacionais de direitos humanos, ele possua saúde frágil.

De acordo com estas mesmas instituições, o ativista do Bahrein foi torturado e submetido a situações humilhantes e degradantes na prisão.

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