As famosas Linhas de Nazca, no Peru, foram danificadas quando um motorista de caminhão ignorou os avisos e dirigiu sobre o sítio arqueológico. De acordo com a CNN , as autoridades encontraram três geoglifos danificados em uma área de 50 metros por 100 metros. O responsável pelo crime, Janier Jesus Flores Vigo, de 40 anos, foi preso no último sábado (27).
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O Ministério da Cultura do Peru informou que o incidente aconteceu na noite do mesmo sábado, quando um caminhão da empresa “Transportes Pakatnamu SAC” entrou no local sem ter autorização. Funcionários do Ministério, que trabalham no sítio das Linhas de Nazca , perceberam a movimentação ilegal e abordaram o infrator, que foi detido pela Polícia Nacional do Peru.
Vigo ficou preso até a última segunda-feira (29), quando um juiz decidiu que não havia evidências o suficiente para provar que ele agiu com intenção.
Patrimônio da Unesco
As famosas e milenares linhas estão localizadas a cerca de 400 quilômetros ao sul de Lima, e junto ao sítio arqueológico Pampas de Jumana, são consideradas pela Unesco como “um dos maiores enigmas da arqueologia”.
Com cerca de dois mil anos, o local cobre uma área de 450 quilômetros quadrados e é formado por vários geoglifos , ou seja, enormes desenhos no chão feitos por povos antigos. As linhas representam animais, figuras sobrenaturais e formas de vida vegetal que podem ter quilômetros de extensão. Por mais que sua função ainda seja desconhecida, especialistas acreditam que os desenhos faziam parte de rituais astronômicos.
Entre os desenhos estão o macaco, uma figura de aproximadamente 135 metros que mostra o animal com apenas nove dedos e uma cauda em forma de espiral. Outra figura é uma aranha de mais de 40 metros de comprimento, que se localiza entre uma rede de linhas retas e é parte da borda de um enorme trapezoide. Também há um desenho que tem a forma de um humano, batizado de Astronauta.
As autoridades estão planejando melhorar o sistema de monitoramento para proteger o patrimônio da Unesco. "Enquanto o Ministério da Cultura monitora áreas com a maior concentração de geoglifos todos os dias, o sítio pode não estar completamente protegido", explicou Johnny Isla, porta-voz do Ministério. "Entrar e transitar pelos vales e a região do sítio arqueológico ainda é possível", completou.
Esta, porém, não foi a primeira vez que as Linhas de Nazca foram danificadas. Em 2014, o Greenpeace foi processado por invadir e colocar enormes letras de tecido amarelo no local.